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UNIÃO EUROPEIA: Itália e França põe em risco a zona do euro

A Comissão Europeia (CE) alertou que o declínio da competitividade na França e Itália, proveniente da alta dívida e custos de trabalho, ameaça causar graves problemas econômicos para o resto da zona do euro, segundo matéria do The International Herald Tribue, assinada por James Kanter.

Na Espanha e Eslovênia, desequilíbrios econômicos estruturais são “excessivos”, segundo um relatório que cobre 13 países da União Europeia, preparado pela comissão de desenvolvimento econômico e monetário.

“Ações políticas e decisivas feitas por Estados-membros, dentro da União Europeia, estão ajudando a reequilibrar a economia européia”, diz Olli Rehn, o comissionário de desenvolvimento econômico e monetário, em declaração anterior à coletiva de imprensa.

Mas “ainda haverá um tempo até que se complete o desenrolar dos desequilíbrios, que estavam crescendo sem alarde na década anterior à crise, e que continuará deixando marcas na nossa economia”, alertou Rehn. 

Na Espanha, altas dívidas, internas e externas continuam representando sérios riscos para o crescimento e estabilidade econômica, diz o relatório.

Na Eslovênia, também segundo o relatório, existem riscos substanciais para a estabilidade do setor financeiro, decorrentes do alto endividamento de empresas, ligado às finanças públicas e que causam efeitos sobre elas. 

O relatório sobre os chamados desequilíbrios macroeconômicos mostra que Itália e França, entre outros, estavam sofrendo uma diminuição da capacidade em suportar choques econômicos.

Na Itália, o produto interno bruto (PIB) real caiu 7% desde o começo da crise financeira em meados de 2008. Os custos unitários do trabalho no país estão crescendo, comparado aos seus pares, o que representa uma perda de produtividade. Enquanto suas empresas especializadas estão cada vez mais incapazes de competir com outras de diversos países, como a China, o setor bancário continua sobrecarregado por empréstimos inadimplentes, afirma o relatório. 

“O potencial econômico e financeiro que transborda sobre o resto da zona do euro permanecerá considerável se a turbulência do mercado financeiro, causada pela dívida soberana da Itália, intensificar-se novamente”, prossegue o relatório.

A França conseguiu evitar uma recessão em 2010 e 2011, mas sua balança comercial está em queda desde 1997 e sua dívida externa cresceu acentuadamente em 2011. “Se essas tendências continuarem frear, cada vez mais diminui a perspectiva de crescimento da França em médio prazo”, diz o relatório.

Na França, assim como na Itália, o custo unitário do trabalho cresceu, pressionando a rentabilidade das empresas e afetando a inovação, de acordo com o relatório. “O número reduzido de exportadoras, seu pequeno porte, assim como fatores relacionados ao ambiente comercial, também são impedimentos ao desempenho da exportação”, analisa o relatório.

A Comissão culpa a estrutura do mercado de trabalho pelas fracas perspectivas da França, onde custos continuam a crescer e está muito difícil realocar funcionários para áreas mais produtivas da economia. “A margem de lucro das empresas francesas é a menor da zona do euro”, sublinha o relatório. 

O custo de manutenção da “crescente e elevada dívida” francesa está privando a economia dos gastos públicos e resultará em taxas maiores, conclui o relatório. 

A reportagem do The International Herald Tribune encerra com o alerta do relatório sobre a dívida francesa, que, no geral, “representa a vulnerabilidade, não só para o próprio país, como para a zona do euro como um todo”.

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