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União Europeia promete mais “esforços” para ajudar Itália no Mediterrâneo

Após pressões da Itália, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que se reunirá com o primeiro-ministro Paolo Gentiloni e o premier da Grécia, Alexis Tsipras, para discutir maneiras de aliviar o peso da crise migratória sobre os dois países.   

Pela proximidade em relação à África e à Turquia, respectivamente, as duas nações são as principais portas de entrada para deslocados externos na União Europeia e arcam praticamente sozinhas com o esforço da primeira acolhida a esses migrantes. Por conta disso, a Itália estuda até fechar seus portos para navios europeus que resgatarem pessoas no Mediterrâneo.   

“Na semana que vem, encontrarei os primeiros-ministros de Itália e Grécia para ver quais esforços suplementares a Comissão Europeia pode fazer para aliviar os esforços destes dois países em sua luta heroica”, declarou Juncker.   

Entre 1º de janeiro e 8h da manhã de 30 de junho de 2017, 83.360 deslocados externos desembarcaram nos portos italianos, um crescimento de 18,71% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Interior.   

Com a recusa de muitos países em executar o programa de realocação de solicitantes de refúgio da UE, a Itália tem sido obrigada a lidar com uma quantidade cada vez maior de pessoas em seus centros de acolhimento.   

“A Itália não negará suas tradições de acolhimento, mas existe um nível que não será mais sustentável. Não é possível para a Europa responder apenas com tapinhas nas costas, esperamos fatos concretos”, disse a ministra da Defesa Roberta Pinotti.   

A postura mais dura do governo italiano em relação à crise migratória coincide com as derrotas do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), do premier Paolo Gentiloni e liderado por Matteo Renzi, nas eleições municipais de junho.   

Em muitas cidades, a campanha eleitoral se focou na questão dos deslocados externos, que são distribuídos entre todos os municípios italianos, de acordo com sua população. A esquerda perdeu até o governo de Lampedusa, ilha mundialmente famosa por acolher milhares de pessoas socorridas no Mediterrâneo.

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