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Mattarella lamenta “desastre” da guerra ucraniana

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, fez o tradicional encontro de fim de ano com o Corpo Diplomático que atua no país e lamentou o “desastre” da guerra na Ucrânia. Como ainda se recupera da Covid-19, o mandatário fez um discurso virtual.

“Há um ano, nessa mesma circunstância, nós desejávamos um futuro melhor depois dos sofrimentos causados em todos os continentes pela pandemia [de Covid-19]. Nunca pensamos em precisar assistir, poucos meses depois, ao imenso desastre causado pela guerra de agressão iniciada pela Rússia contra a Ucrânia”, afirmou aos diplomatas.

Segundo Mattarella, a “agressão” fez com que a Europa “mergulhasse em um pesadelo que achávamos que estavam apenas nas páginas mais sombrias da história”.

“Nunca pensamos que um país como a Rússia, tão próximo de nós pela cultura e história, poderia chegar ao ponto de atacar infraestruturas civis da Ucrânia com o fim cruel de privar a população da luz, água e aquecimento por todo o longo e rígido inverno daquele lugar”, acrescentou.

O presidente italiano ressaltou ainda que os reflexos e os sofrimentos da guerra na Ucrânia não ficam apenas no país europeu por conta das atuais interconexões que ligam o mundo todo. “A insegurança alimentar, as dificuldades de fornecimento energético e o aumento dos preços atingem indiscriminadamente a todos”, pontuou.

“O restabelecimento de uma paz justa é o meu desejo para o futuro porque é só através da paz que a humanidade poderá avançar em seu progresso. Por esse motivo, todas as diplomacias de todos os países são chamadas a um compromisso comum”, acrescentou Mattarella.

Irã, China e Democracia

Sem citar diretamente outras crises mundiais, Mattarella também deu seus recados para o Irã, onde milhares de pessoas protestam após a morte da jovem Mahsa Amini por mais direitos pelas mulheres e o Estado iniciou execuções de civis que estiveram nos atos; e a China, onde houve dura repressão a protestos para pedir o afrouxamento das regras sanitárias contra a Covid-19.

Mattarella afirmou que é preciso “criar condições” para que os jovens “possam voltar a olhar com confiança para o futuro, do qual serão protagonistas”.

“Infelizmente, porém, nesses dias, nós assistimos repetidas e brutais tentativas de sufocar a voz dos jovens que se manifestam pacificamente para pedir mais liberdade e maiores espaços de participação. Esses comportamentos são firmemente condenados. Também condeno um Estado que rejeita e mata seus próprios filhos”, afirmou aos presentes.

Já sobre as questões políticas, que aparentaram ser voltadas à atual crise vivida pelo Parlamento Europeu, o mandatário ressaltou que é preciso cuidar das democracias e defender “com vigor os seus valores e os seus ideais”.

“Shirin Ebadi, primeira mulher muçulmana Prêmio Nobel da Paz, disse que ‘para cuidar de uma bela planta é preciso regá-la todos os dias, ficar atentos a quanta luz ela recebe. Não podemos limitar-nos a jogar uma grande quantidade de água e depois ignorá-la por um ano. Nessas condições, a planta morre’. São palavras que compartilho”, ressaltou.

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