Segundo Bagnasco, a Itália está rumando para um lento suicídio demográfico. Mais da metade das famílias não tem filhos e, entre aqueles que os têm, cerca da metade só tem um. "Apenas 5,1% das famílias têm três ou mais filhos", lamentou o cardeal ao abrir a assembleia anual de bispos.
"Necessitamos urgentemente de políticas a favor dos filhos (…). Por isso, não deixamos de insistir com os dirigentes nacionais para que tomem medidas mais fortes", completou.
A partir dos anos 1960, a população italiana, de cerca de 60 milhões, registrou uma mudança em seu ritmo de crescimento, que caiu para 0% de média anual entre 1985-1990. A queda da taxa de mortalidade foi acompanhada por uma baixa considerável na taxa de natalidade.
Em 2005, o número de filhos com um ou dois pais estrangeiros representou 13% dos nascimentos, um fenômeno que gerou o aumento da taxa geral de nascimentos na Itália, passando de 1,9 filhos em 1995 para 1,32 este ano, segundo as estatísticas oficiais. A taxa de nascimento negativa ou zero é agora positiva graças aos filhos dos imigrantes.
O cardeal citou também os escândalos de pedofilia que afetam a Igreja na Europa e nos Estados Unidos, e assegurou que "será feito todo o possível para ganhar novamente a confiança dos fiéis".
"Não pouparemos esforços, verificaremos, tomaremos medidas, não seremos negligentes diante de nenhum sinal", afirmou o religioso, que voltou a pedir "perdão" às vítimas por ter padecido do que qualificou de "pecado grave e crime odioso".