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Vitória da petista Dilma Rousseff tem grande repercussão na imprensa italiana e europeia

A vitória da petista Dilma Rousseff no segundo turno da eleição presidencial neste último domingo teve grande repercussão na imprensa italiana e europeia. Sites de jornais e TVs destacam o ineditismo de uma mulher no poder em Brasília e o peso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na vitória da candidata petista. O jornal italiano "La Stampa" ressaltou que a herdeira de Lula, que sobreviveu a um câncer, é desprovida de carisma, mas com reputação de dama de ferro quando estava à frente da Casa Civil.

Dilma RousseffO jornal também lembrou que Dilma foi presa e torturada no início dos anos 70, quando combatia a ditadura militar. Segundo o diário, a presidente eleita era desconhecida até poucos meses e deve sua eleição ao apoio ativo do presidente Lula, que deixa o governo com popularidade recorde. Dilma também teria se beneficiado em sua campanha "dos resultados econômicos do governo Lula, com um crescimento espetacular que permitiu que milhões de brasileiros deixassem a linha de pobreza".

Já o "Corriere Della Sera" destacou que pela primeira vez na História uma mulher estará na liderança do país e que Dilma venceu Serra nas urnas com folga. O jornal apresenta a presidente eleita como "uma espécie de primeira-ministra do governo de esquerda do carismático Luiz Inácio Lula da Silva". O jornal afirma que Dilma Rousseff foi beneficiada pela enorme popularidade de Lula, que tirou da pobreza 29 milhões de brasileiros com uma economia em franca expansão. E atribui à candidata verde Marina Silva, terceira colocada, o fato de Dilma não ter vencido as eleições ainda no primeiro turno.

O jornal inglês "Independent" disse que Dilma Roussef parece ter feito o suficiente para aplacar as dúvidas dos eleitores religiosos e pode se tornar um dos líderes mais intrigantes da América do Sul. Destacou, ainda, Lula como figura decisiva para a vitória petista. "Ela derrotou José Serra no 2° turno, um político de carreira da capital financeira, São Paulo, e parece ter feito o suficiente para aplacar as dúvidas dos eleitores religiosos, que lhe custou a vitória absoluta no primeiro turno de votação quatro semanas atrás", escreveu o jornal.

O "The Economist" afirmou em seu site que "não houve surpresas" na eleição brasileira. A vida política de Dilma Rousseff, que nunca havia concorrido a um cargo público, foi "nos bastidores", afirma a publicação. "Pouco era sabido dela ou de sua personalidade. Serra era muito mais experiente e conhecido", diz a publicação. A revista acrescenta que "foram os pobres e as regiões menos desenvolvidas do Nordeste que deram a ela a vitória. Os ricos e mais bem-educados preferiram Serra, mas o Brasil tem poucos deles". Ainda de acordo com o site da revista, os brasileiros, perguntados sobre se preferiam continuidade ou experiência, escolheram a continuidade". A publicação completa que a escolha de Dilma para ministro das Relações Exteriores deve dar uma ideia se ela pretende frear a política externa aventureira de Lula e que o ministro da Economia escolhido vai mostrar se Dilma levará a sério a tarefa de colocar os gastos públicos sob controle.

The Financial Times – O jornal britânico Financial Times deu destaque na primeira página de seu site, com direito a pequena foto e chamada sucinta 'Roussef ganha presidência brasileira'. O jornal financeiro destaca que a vitória aponta um cenário favorável à continuidade das políticas implantadas pelo governo Lula.

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