
O Parlamento da União Europeia rejeitou uma moção de desconfiança contra a presidente do Executivo do bloco, Ursula von der Leyen, apresentada por partidos de extrema direita.
A medida precisava de uma maioria qualificada de dois terços para ser aprovada, mas recebeu o apoio de apenas 175 eurodeputados, enquanto 360 votaram contra, e 18 se abstiveram.
Ao todo, 553 parlamentares participaram da votação.
Apesar de ter sido barrada, a moção expôs as tensões na coalizão que mantém Von der Leyen no poder, sobretudo na centro-esquerda, que critica recuos da Comissão Europeia na área ambiental para agradar a seu grupo político, o conservador Partido Popular Europeu (PPE).
Em seu perfil no X, a presidente agradeceu pelo voto de confiança e disse que, “em um momento de imprevisibilidade e volatilidade global, a UE precisa de força, visão e capacidade de agir”.
“À medida que forças externas buscam nos desestabilizar e dividir, é nosso dever responder de acordo com nossos valores”, declarou a alemã, que havia definido os autores da moção como “amigos” do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Apresentada pelo eurodeputado romeno de extrema direita Gheorghe Piperea, a moção dizia respeito a mensagens trocadas entre Von der Leyen e o CEO da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, para negociar a aquisição de vacinas durante a pandemia de Covid-19, que a Comissão Europeia se negou a divulgar.
Nos dias anteriores à votação, os grupos Socialistas e Democratas (S&D), de centro-esquerda, e Renovar Europa, de orientação liberal, que integram a coalizão de Von der Leyen, ameaçaram se abster, descontentes com recuos nas áreas social e ambiental e com alianças de ocasião entre o PPE e a extrema direita para aprovar projetos no Europarlamento.