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Itália condena assassinato de voluntário italiano na Faixa de Gaza

O movimento Hamas, no poder na Faixa de Gaza, condenou o assassinato do voluntário italiano Vittorio Arrigoni e disse que o crime pretende desencorajar a organização de equipes para levar ajuda à população desse território palestino, bloqueado por Israel.

Arrigoni chegou a Gaza há dois anos a bordo de um navio que transportava ajuda humanitária à população.

Ribhi Rantisi, expoente do Hamas, lembrou que uma frota internacional com ajudas está sendo organizada para seguir para Gaza em maio.

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) condenou o assassinato, afirmando que não tem nenhuma relação "com nossa história e religião", disse Saeb Erekat.

A versão das autoridades do Hamas e de outras fontes é que o italiano foi sequestrado e assassinado por um grupo salafista radical. 

O Ministério das Relações Exteriores da Itália confirmou hoje (15) o crime e expressou seu repúdio.

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, condenou o assassinato do ativista italiano na Faixa de Gaza. Em uma mensagem aos familiares da vítima, o chefe de Estado afirmou que "esta barbárie terrorista cria repulsa na consciência civil". 

"Diante deste crime horrendo (…) expresso meu profundo respeito e minha comoção aos familiares, e espero que se esclareçam a verdade e a responsabilidade sobre o ocorrido", afirmou o presidente.

"Toda a comunidade internacional é chamada a rejeitar qualquer forma de violência e a buscar, com determinação renovada, uma solução negociável do conflito que ensanguenta a região", disse ainda Napolitano. 

O ministro da Justiça da Itália, Angelino Alfano, emitiu uma nota na qual destacou que "o Estado italiano usará todos os instrumentos necessários para esclarecer o ocorrido e que os responsáveis sejam capturados e entregues à Justiça". 

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também disse estar "chocado e entristecido" com a morte do italiano. 

Arrigoni, de 36 anos, foi sequestrado nesta quinta-feira (14) na Faixa de Gaza e seu corpo foi encontrado por militantes do Hamas. As primeiras investigações apontam que ele morreu na tarde desta última quinta-feira, estrangulado com um cabo ou fio de metal. 

O corpo do ativista está no hospital internacional de Shifa, onde ele já atuou como voluntário. 

"Fiquei muito surpresa", disse a mãe do italiano, Egidia Beretta. "Vittorio nunca se colocava em situações de perigo". 

Arrigoni era membro do movimento International Solidarity Movement (ISM) e teve seu sequestro anunciado por militantes do grupo salafista que se auto-intitula Brigadas do Companheiro Heróico Mohamed ben Muslima. 

O grupo divulgou um vídeo no Youtube ameaçando executar o italiano caso o Hamas não libertasse alguns salafistas. 

Esta foi a primeira vez que um estrangeiro foi sequestrado na região desde que o Hamas assumiu o poder, em 2007.

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