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EUA devolvem mais itens arqueológicos roubados à Itália

A Procuradoria de Manhattan, em Nova York, fez uma nova entrega de peças arqueológicas roubadas da Itália, a quarta desde julho de 2022. Dessa vez, foram devolvidos 14 itens com um valor estimado em US$ 2,5 milhões.

Os objetos foram entregues na última semana para autoridades italianas em uma cerimônia com a presença do cônsul-geral Fabrizio Di Michele, de oficiais dos Carabineiros, da agência de Investigações de Segurança Interna dos Estados Unidos e do Escritório Federal da Alfândega.

“Mais uma vez, a nossa colaboração foi crucial para a recuperação de antiguidades roubadas”, ressaltou Di Michele.

Entre as peças, estão uma moeda do século 4 a.C. conhecida como “Moeda de Naxos”, com os retratos dos deuses Dionísio e Sileno, avaliada em meio milhão de dólares; uma cabeça de mármore do imperador Adriano – que há pouco tempo estava em exposição no Museu de Arte de San Antonio – e uma hydria, um jarro usado para água, pintado com imagens em preto pelo pintor Prímio.

Essa última é datada em 510 a.C. e chegou a ser exposta no Museu de Arte Metropolitana (MET) de Nova York, pertencendo à coleção particular da investidora Shelby White.

Nos últimos sete meses, a Procuradoria de Manhattan repatriou para a Itália 214 peças no valor total de US$ 35 milhões. E é a segunda vez que peças da coleção particular de White estão no centro do sequestro de itens. No início de dezembro, o órgão havia anunciado o confisco e a relativa devolução à Itália e Turquia de cerca de 20 itens em um valor de US$ 24 milhões.

White, que é uma das apoiadoras do MET, está colaborando com as investigações. A coleção dela – com objetos do Oriente antigo, Grécia, etruscos, romanos e de outras culturas – está há anos sendo investigada por autoridades e, em 2008, ela já havia precisado restituir 10 peças à Itália e outras duas para a Grécia. Apesar disso, Whelby continua a ser uma pessoa importante no mundo das artes por conta de suas ações de mecenato.

A Procuradoria ainda explicou que essas antiguidades foram saqueadas por “traficantes e contrabandistas de alto perfil”, alguns bem conhecidos das autoridades italianas e norte-americanas, e que gerenciavam “grupos de ladrões de tumbas e em sítios arqueológicos pouco vigiados em todo o Mediterrâneo”.

A hydria, por exemplo, foi achada e “lavada” por uma galeria em Paris que, em 1989, vendeu a peça com um certificado de proveniência falso para Whelby. Cerca de 10 anos depois, a investidora emprestou o vaso para o MET, onde estava exposto até poucos meses nas Galerias Greco-Romanas.

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