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Mario Monti admite sacrifícios para os italianos, mas nega ter falado em “lágrimas e sangue”

Ao término do primeiro dia de consultas para a formação do novo governo, o presidente encarregado do Conselho de Ministros na Itália, Mario Monti, negou que tenha falado em "lágrimas e sangue", no que se refere aos sacrifícios a serem enfrentados pelos italianos, no âmbito das medidas que serão implantadas. É importante "que as forças políticas tenham percebido a seriedade do momento que estamos atravessando", enfatizou. As afirmações foram feitas durante conferência à imprensa, no Palácio Giustiniano, em Roma. Quanto ao lançamento de uma nova manobra, disse que "é prematuro dizer qualquer coisa".

Monti defendeu a união dos partidos políticos em torno do novo governo: “A política pode trabalhar para transformar este momento difícil em oportunidade". Mas para isso é necessário haver "coesão" e os partidos deverão assumir a própria responsabilidade, argumentou. Ele explicou que deseja a presença de políticos no governo, mas se os partidos considerarem não oportuna a sua presença, bastará o apoio ao executivo. O futuro chefe do governo italiano reclamou ainda tempo aos mercados para restabelecer a situação no país.

Itália se comprometeu a cortar 300 mil postos de trabalho no setor público até 2014 e irá acelerar o aumento já estipulado da idade mínima para pleitear aposentadoria, em uma carta enviada à Comissão Europeia, segundo noticiou a Agência Lusa. A carta onde estão incluídos estes e outros compromissos foi enviada pelo ministro das Finanças, Giulio Tremonti (prestes a sair do governo, após a demissão do primeiro-ministro Silvio Berlusconi), em resposta a questionamentos dos responsáveis europeus.

A carta explica que o governo tomou medidas nos últimos três anos que permitirão essa redução de 300 mil postos de trabalho na função pública e inclui ainda compromissos para agilizar o mercado de trabalho, salientando que os sistemas de monitoração das despesas do Estado italiano já estão sendo aplicados nos principais ministérios.

Em relação às pensões, a carta explica que a idade legal de aposentadoria, na Itália, já é de 65 anos para os homens, com essa mesma regra a ser extendida, a partir do próximo ano, para as mulheres no setor público, com o compromisso de aumentar rapidamente a idade mínima para as mulheres que trabalham no setor privado.

No entanto, a mesma carta aponta que a Itália introduziu um mecanismo que atrasa o recebimento efetivo desses benefícios entre 12 e 18 meses, prazo que pode ser alargado no futuro, se for necessário. Como resultado dessas medidas, a idade da aposentadoria, na Itália, está a caminho de ser maior que na Alemanha já em 2013 e será um ano superior em 2017.

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