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Itália pede investigação formal à OTAN sobre episódio de barco de imigrantes ilegais

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, instruiu o representante permanente de seu país junto à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para solicitar a abertura de uma investigação formal sobre o episódio do barco de imigrantes ilegais proveniente da Líbia que não teria sido socorrido por unidades navais da coalizão internacional.

A chancelaria italiana, ao noticiar o fato, acrescentou que Frattini também pediu uma discussão entre os aliados da Otan sobre uma possível adequação de seu mandato no Mediterrâneo, com base em resoluções das Nações Unidas (ONU) sobre a crise na Líbia, para incluir a proteção e assistência das pessoas que fogem pelo mar do país magrebino.

A Guarda Costeira italiana resgatou uma embarcação com mais de 300 imigrantes ilegais em águas territoriais líbias, descobrindo a bordo um cadáver. Outros 100 corpos já haviam sido lançados ao mar. Segundo testemunhos, os imigrantes pediram ajuda a unidades da Otan, que lhes foi negada.

O chefe de Estado Maior da Defesa, Biagio Abrate, solicitou ao chefe da Otan, Gianpaolo Di Paola, e ao comandante da Operação Unified Protector, Charles Bouchard, "uma ação de sensibilização sobre o aspecto humanitário das operações em ação", após negar o envolvimento de navios italianos na suposta falta de socorro. 

"Em caso de pedido de socorro, as unidades navais nacionais, como a de todas as outras nações, agem rapidamente aderindo aos acordos internacionais e ao código de navegação, com referência explícita à salvaguarda da vida humana no mar", atestou.

Em resposta à acusação, a liderança da Otan, sediada em Bruxelas, disse que o comando marítimo da aliança enviou três navios e um helicóptero de auxílio após receber o pedido de ajuda da Marinha italiana. 

Segundo a porta-voz da coalizão, Carmen Romero, "a dinâmica do incidente ainda está sob investigação e estamos trabalhando em estreito contato com as autoridades italianas para esclarecer o que ocorreu".

O porta-voz do quartel general marítimo da coalizão de Nápoles, David Taylor, não comentou diretamente o caso, mas afirmou que as forças internacionais "sempre respondem e intervêm em situações de emergência, respeitando as leis internacionais".

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