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Lei obrigará médicos a identificarem imigrantes ilegais na Itália, gerando protesto de associações

A organização internacional Médicos sem Fronteiras (MSF) e outras associações denunciaram a proposta, em análise no Senado italiano, pela qual os médicos serão obrigados a informar às autoridades sobre os imigrantes ilegais que forem atendidos nos centros de saúde.

Com o lema "Somos médicos e enfermeiros, e não espiões", a MSF iniciou uma campanha para denunciar a emenda, que, se for aprovada, será introduzida na lei sobre imigração.

A campanha prevê um abaixo-assinado para que a emenda seja eliminada, em um ato que já conta com a adesão de 50 associações e membros da sociedade civil, e uma manifestação em frente à Câmara dos Deputados em 2 de fevereiro.

 

Se a emenda for aprovada, será eliminada a norma que atualmente prevê "que o acesso a um centro médico por parte de um estrangeiro imigrante ilegal não precise ser denunciado às autoridades, exceto no caso em que seja necessário e da mesma forma que para um italiano".

"Se a emenda passar, haverá o risco de criar um clima de medo e de desconfiança, reduzindo, assim, o acesso dos imigrantes ilegais aos centros sanitários, apesar de a Constituição garantir isso", afirmou hoje o presidente da MSF Itália, Kostas Moschochoritis.

Já para o responsável da sociedade italiana de medicina para os imigrantes, Salvatore Geraci, trata-se de uma norma "inútil, perigosa e prejudicial, e não reduzirá a imigração".

Geraci explicou que, diante do temor de ser denunciados, "os imigrantes chegarão ao hospital já com doenças muito graves, o que representará custos maiores para a saúde pública".

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