Catolicismo Romano

A heresia e os gravíssimos erros do Sínodo da Amazônia

Vários prelados e comentaristas leigos, bem como instituições leigas, têm advertido que os autores da Instrumentum Laboris, emitido pelo Secretariado do Sínodo dos Bispos, para servir de base para a discussão na próxima Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, inseriu erros teológicos sérios e heresias no documento.

É dever tornar os fiéis cientes de alguns dos principais erros que estão sendo espalhados através da Instrumentum Laboris. A título de premissa, deve ser observado que o documento é longo e é marcado por uma linguagem que não é clara em seu significado, especialmente no que diz respeito ao depósito da fé (depositum fidei). Entre os principais erros, nós especialmente destacamos os seguintes:

1. Panteísmo implícito

A Instrumentum Laboris promove uma socialização pagã da “Mãe Terra”, baseada em uma cosmologia das tribos amazônicas que é implicitamente panteísta.

– Comunidades aborígenes descobrem como todas as partes são “dimensões que existem constitutivamente em relação, formando um todo vital” (no 21) e portanto “em comunhão com a natureza como um todo” (no 18) e “em diálogo com os espíritos.[39]
– Suas vidas e “bem viver” são caracterizados pela “harmonia consigo mesmo, com a natureza, com os seres humanos e com o Ser supremo“ e as “diferentes forças espirituais” (no 12 & 13), resumidas no “mantra” do Papa Francisco: “tudo está interligado” (no 25 e LS, 16, 91, 117, 138 e 240)
– As crenças e ritos dos “velhos curandeiros” (no 88 & 89) com relação a atuação da “divindade chamada de inúmeras maneiras” com e em relação à natureza (n 25), “criam harmonia e equilíbrio entre os seres humanos e o cosmos” (no 97)
– Portanto nós devemos ouvir o clamor (no 146), parar a exterminação (no 17) e viver uma cultura do cuidado e da saúde em harmonia com a “Mãe Terra” (no 85)
O Magistério da Igreja rejeita tal implícito panteísmo como incompatíveis com a Fé Católica: “O calor da Mãe Terra, cuja divindade permeia toda a criação, é realizada para preencher a lacuna entre a criação e o transcendente Deus-Pai do Judaísmo e do Cristianismo, e remover a perspectiva de ser julgado por tal Ser. Em tal visão de um universo fechado que contém “Deus” e outros seres espirituais, juntamente com nós mesmos, reconhecemos aqui um panteísmo implícito” (Pontifício Conselho para a Cultura e do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso,” Jesus Cristo. O portador da Água da Vida: Uma reflexão Cristã sobre a “Nova Era”, 2.3.1).
Na seguinte afirmação o Magistério da Igreja rejeita o panteísmo e o relativismo, ensinando:
“Eles tendem a relativizar a doutrina religiosa em favor de uma visão de mundo vaga expressa como um sistema de mitos e símbolos vestidos de linguagem religiosa. Além disso, eles muitas vezes propõem um conceito panteísta de Deus que é incompatível com a Sagrada Escritura e as Tradições Cristãs. Eles substituem a responsabilidade pessoal para com Deus de nossas ações com um sentido de dever para com o cosmos, derrubando, assim, o verdadeiro conceito de pecado e da necessidade de redenção através de Cristo”. (João Paulo II, Locução aos Bispos dos Estados Unidos de Iowa, Kansas, Missouri e Nebraska em Visita “Ad limina”, 28 de Maio de 1993).
2. Superstições pagãs como caminhos alternativos de revelação divina para a salvação
A Instrumentum Laboris baseia-se em sua implícita concepção panteísta em um conceito errôneo da Revelação divina, afirmando, basicamente, que Deus continua a se comunicar na história através da autoconsciência dos povos e os clamores da natureza. De acordo com este ponto de vista, as superstições pagãs das tribos amazônicas são uma expressão da revelação divina merecendo uma atitude de diálogo e aceitação por parte da Igreja:
– A Amazônia é um “lugar teológico” a partir do qual se vive a fé “ou a experiência de Deus na história”; é uma “peculiar fonte de revelação de Deus: lugares epifânicos onde manifestam-se as “carícias de Deus” que se “encarna na história” (no 19 e LS, 84)
– A Igreja deve “descobrir a presença encarnada e ativa de Deus” na “espiritualidade dos povos originários” (no 33), reconhecendo neles “outros caminhos” (no 39), uma vez que o Espírito Criador “alimentou a espiritualidade destes povos ao longo dos séculos, ainda antes do anúncio do Evangelho” (no 120) ensinando-os “a fé no Deus Pai-Mãe Criador” e “o sentido de comunhão e a harmonia com a Mãe-Terra” assim como “com os antepassados” (no 121)
– Através do diálogo, a Igreja deve evitar impor “doutrinas petrificadas” (no 38), “formulações de fé expressas a partir de outros pontos de referência culturais” (no 120), e uma “atitude corporativista, que reserva a salvação exclusivamente ao próprio credo”(no 39); ao fazer isso a Igreja estará caminhando “em busca de sua identidade rumo à unidade no Espírito Santo” (no 40)
O Magistério da Igreja rejeita a relativização da singularidade da revelação de Deus contida na Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição, ensinando:
“A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura” (Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Dei Verbum, no 21)
O ensinamento da Igreja afirma que há um único Salvador, Jesus Cristo, e a Igreja é Seu único Corpo Místico e Esposa:
 “Em relação com a unicidade e universalidade da mediação salvífica de Jesus Cristo, deve crer-se firmemente como verdade de fé católica a unicidade da Igreja por Ele fundada. Como existe um só Cristo, também existe um só seu Corpo e uma só sua Esposa: « uma só Igreja católica e apostólica ». Por outro lado, as promessas do Senhor de nunca abandonar a sua Igreja (cf. Mt 16,18; 28,20) e de guiá-la com o seu Espírito (cf. Jo 16,13) comportam que, segundo a fé católica, a unicidade e unidade, bem como tudo o que concerne a integridade da Igreja, jamais virão a faltar”. (Declaração “Dominus Iesus” sobre a Unicidade e a Universalidade Salvífica de Jesus Cristo e da Igreja, no 16)
3. Diálogo intercultural ao invés de Evangelização
A Instrumentum Laboris contém a teoria errônea de que os aborígenes já receberam a revelação divina, e que a Igreja Católica na Amazônia deve se submeter a uma “conversão missionária e pastoral”, em vez de introduzir a doutrina e a prática da verdade e bondade universais. A Instrumentum Laboris diz que a Igreja também deve enriquecer-se com os símbolos e ritos dos povos indígenas:
– Uma Igreja “em saída” evita o risco de “propor uma solução que tenha um valor universal” ou a aplicação de “uma doutrina monolítica defendida sem nuances por todos” (nº 110) e favorece a interculturalidade, ou seja, “um mútuo enriquecimento das culturas em diálogo”, porque “os sujeitos ativos da inculturação são os próprios povos indígenas” (no 122);
– Além disso, a Igreja reconhece “a espiritualidade indígena como fonte de riqueza para a experiência cristã” e realiza “uma catequese que assuma a linguagem e o sentido das narrações das culturas indígena e afrodescendente” (no 123);
– Compartilhando mutuamente suas “suas experiências de Deus”, os crentes tornam “suas diferenças um estímulo para crescer e aprofundar sua própria fé” (no 136).
O Magistério da Igreja rejeita a ideia de que a atividade missionária é meramente enriquecimento intercultural, ensinando:
“O nome de «missões» dá-se geralmente àquelas atividades características com que os pregoeiros do Evangelho, indo pelo mundo inteiro enviados pela Igreja, realizam o encargo de pregar o Evangelho e de implantar a mesma Igreja entre os povos ou grupos que ainda não creem em Cristo.(…) O fim próprio desta atividade missionária é a evangelização e a implantação da Igreja nos povos ou grupos em que ainda não está radicada. (…) O meio principal desta implantação é a pregação do Evangelho de Jesus Cristo”. (Concílio Vaticano II, Decreto Ad Gentes, no 6)
“Pela inculturação, a Igreja encarna o Evangelho nas diversas culturas e simultaneamente introduz os povos com as suas culturas na sua própria comunidade, transmitindo-lhes os seus próprios valores, assumindo o que de bom nelas existe, e renovando-as a partir de dentro. Por sua vez, a Igreja, com a inculturação, torna-se um sinal mais transparente daquilo que realmente ela é, e um instrumento mais apto para a missão”. (Redemptoris Missio do Sumo Pontífice João Paulo II)
4. Uma concepção errônea de ordenação sacramental, postulando ministros de adoração de ambos os sexos para realizar rituais xamânicos
Em nome da inculturação da fé e sob o pretexto da falta de padres para celebrar frequentemente a Eucaristia, a Instrumentum Laboris apoia a adequação dos ministérios católicos ordenados aos costumes ancestrais do povo aborígene, concedendo ministérios oficiais às mulheres e ordenando líderes casados da comunidade como padres de segunda classe, privados de parte de seus poderes ministeriais, mas capazes de realizar rituais xamânicos:
– Visto que “não se aceita o clericalismo em suas diferentes formas de manifestação” (no 127), é necessário que “se alterem os critérios para selecionar e preparar os ministros autorizados para celebrar a Eucaristia” (n° 126), estudando a possibilidade de ordenação sacerdotal de “pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável”( no 129), que mostrem “outro modo de ser Igreja, (…)sem censuras, dogmatismos, nem disciplinas rituais” (no 138);
– Como nas culturas amazônicas a “autoridade é rotativa”, seria oportuno “reconsiderar a ideia de que o exercício da jurisdição (poder de governo) deve estar vinculado em todos os âmbitos (sacramental, judicial e administrativo) e de maneira permanente ao sacramento da ordem.”( no 127);
– A Igreja deve “identificar o tipo de ministério oficial que pode ser conferido às mulheres” (no 129);
– Deve-se reconhecer os “rituais e cerimônias indígenas” que “Criam harmonia e equilíbrio entre os seres humanos e o cosmo” (no 87), bem como os “elementos tradicionais que fazem parte dos processos de cura” realizados por “velhos curandeiros” (no 88), cujos “ritos, símbolos e estilos de celebração” devem ser integrados aos“ rituais litúrgicos e sacramentais ”( no 126).
O Magistério da Igreja rejeita essas práticas e suas opiniões implícitas, ensinando:
“O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis, porque confere um poder sagrado para o serviço dos mesmos fiéis. Os ministros ordenados exercem o seu serviço junto do povo de Deus pelo ensino (munus docendi), pelo culto divino (munus liturgicum) e pelo governo pastoral (munus regendi).”(Catecismo da Igreja Católica, no 1592).
“Cristo, Filho único de Deus, está constituído, em virtude da sua mesma encarnação, Mediador entre o céu e a terra, entre o Pai e o gênero humano. Em plena harmonia com esta missão, Cristo manteve-se toda a vida no estado de virgindade, o que significa a sua dedicação total ao serviço de Deus e dos homens. Este nexo profundo em Cristo, entre virgindade e sacerdócio, reflete-se também naqueles que têm a sorte de participar da dignidade e da missão do Mediador e Sacerdote eterno, e essa participação será tanto mais perfeita quanto o ministro sagrado estiver mais livre dos vínculos da carne e do sangue”. (Encíclica Sacerdotalis Caelibatus de Sua Santidade o Papa Paulo VI)
“Mas a vontade da Igreja encontra a sua motivação última na conexão que o celibato tem com a Ordenação sagrada, a qual configura o sacerdote a Cristo Jesus, Cabeça e Esposo da Igreja. Esta como Esposa de Cristo quer ser amada pelo sacerdote do modo total e exclusivo com que Jesus Cristo Cabeça e Esposo a amou. O celibato sacerdotal, é então, o dom de si em e com Cristo à sua Igreja e exprime o serviço do presbítero à Igreja no e com o Senhor” (Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores Dabo Vobis de Sua Santidade João Paulo II)
“A ordenação sacerdotal, pela qual se transmite a missão, que Cristo confiou aos seus Apóstolos, de ensinar, santificar e governar os fiéis, foi na Igreja Católica, desde o início e sempre, exclusivamente reservada aos homens. (…) O facto de Maria Santíssima, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, não ter recebido a missão própria dos Apóstolos nem o sacerdócio ministerial, mostra claramente que a não admissão das mulheres à ordenação sacerdotal não pode significar uma sua menor dignidade nem uma discriminação a seu respeito (…) Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cfr Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”. (Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis do Sumo Pontífice João Paulo II n°1, 3 & 4)
5. Uma “ecologia integral” que rebaixa a dignidade humana
Em sintonia com suas visões panteístas implícitas, o Instrumentum Laboris relativiza a antropologia Cristã, que reconhece a pessoa humana como feita à imagem de Deus e, portanto, o auge da criação material (Gen 1: 26-31), e ao contrário considera o ser humano como mero elo da cadeia ecológica da natureza, vendo o desenvolvimento socioeconômico como uma agressão à “Mãe Terra”.
-“Um aspecto fundamental da raiz do pecado do ser humano consiste em desvincular-se da natureza e em não a reconhecer como sua parte, em explorá-la sem limites.” (n°99)
-“Um novo paradigma da ecologia integral” (no 56), deveria basear-se na “sabedoria dos povos indígenas” e sua vida diária que “nos ensinam a reconhecer-nos como parte do bioma” (no 102), “parte do ecossistema” (no 48), “parte na natureza” (no 17)
O Magistério da Igreja rejeita as seguintes opiniões: que os seres humanos não possuem uma dignidade única acima do restante da criação, e que o progresso tecnológico está ligado ao pecado, ensinando:
“Aos homens, Deus concede mesmo poderem participar livremente na sua Providência, confiando-lhes a responsabilidade de «submeter» a terra e dominá-la (142). Assim lhes concede que sejam causas inteligentes e livres, para completar a obra da criação, aperfeiçoar a sua harmonia, para o seu bem e o dos seus semelhantes”. (Catecismo da Igreja Católica, no 307)
6. Um coletivismo tribal que mina a singularidade e a liberdade pessoal
De acordo com o Instrumentum laboris, uma “conversão ecológica” integral inclui a adoção do modelo social coletivo das tribos aborígines, onde a personalidade e a liberdade individuais são prejudicadas:
– O conceito de “sumak kawsay ”[‘bem viver’] foi forjado da sabedoria ancestral das nações e povos indígenas. É um mundo experiente, mais antigo e mais atual, que propõe um estilo de vida comunitário em que todos SENTEM, PENSAM e AGEM da mesma maneira, como um fio que sustenta, envolve e protege, como um poncho de cores diferentes” (Apelo “El grito del sumak kawsay en la Amazonía”referido na nota 5 do no 12);
– “Na Amazônia a vida está integrada e unida ao território, não existe separação nem divisão entre as partes. Esta unidade compreende toda a existência: o trabalho, o descanso, os relacionamentos humanos, os ritos e as celebrações. Tudo é compartilhado, os espaços particulares – típicos da modernidade – são mínimos. A vida é um caminho comunitário onde as tarefas e as responsabilidades se dividem e se compartilham em função do bem comum. Não há espaço para a ideia de indivíduo separado da comunidade ou de seu território” (no 24).
O Magistério da Igreja rejeita essas opiniões, ensinando:
“A pessoa humana há de ser sempre compreendida na sua irrepetível e ineliminável singularidade. O homem existe, com efeito, antes de tudo como subjetividade, como centro de consciência e de liberdade, cuja história única e não comparável com nenhuma outra expressa a sua irredutibilidade a toda e qualquer tentativa de constrangê-lo dentro de esquemas de pensamento ou sistemas de poder, ideológicos ou não”. (Compêndio da Doutrina Social da Igreja no 131)
“O homem justamente aprecia a liberdade e com paixão a busca: justamente quer e deve formar e guiar, de sua livre iniciativa, a sua vida pessoal e social, assumindo por ela plena responsabilidade (Veritatis Splendor, 34). A liberdade, com efeito, não só muda convenientemente o estado de coisas externas ao homem, mas determina o crescimento do seu ser pessoa, mediante escolhas conformes ao verdadeiro bem (Catecismo da Igreja Católica n°1733). Desse modo, o homem gera-se a si próprio, é pai do próprio ser (Gregorio de Nyssa, De Vita Moysis), ele constrói a ordem social (Centesimus Annus, 13)”( Compêndio da Doutrina Social da Igreja no 135)
Conclusão
Os erros e heresias teológicas, implícitos e explícitos no Instrumentum Laboris da iminente Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, são uma manifestação alarmante da confusão, erro e divisão que assolam a Igreja em nossos dias. Ninguém pode se escusar de ser informado sobre a gravidade da situação e de tomar as medidas apropriadas por amor a Cristo e a Sua vida conosco na Igreja. Acima de tudo, todos os membros do Corpo Místico de Cristo, diante de tal ameaça à sua integridade, devem orar e jejuar pelo bem eterno de seus membros que correm o risco de serem escandalizados, isto é levados a confusão, ao erro e à divisão por este texto para o Sínodo dos Bispos. Além disso, todo Católico, como verdadeiro soldado de Cristo, é chamado a salvaguardar e promover as verdades da fé e a disciplina pela qual essas verdades são honradas na prática, para que a Assembleia Especial dos Bispos no Sínodo não traia a missão de um Sínodo que é “auxiliar o Romano Pontífice com seus conselhos na preservação e crescimento da fé e da moral e na observância e fortalecimento da disciplina eclesiástica” (cân. 342). Em 13 de outubro de 2019, durante a próxima Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, ocorrerá a Canonização do Beato Cardeal John Henry Newman. Que o Santo Padre e todos os membros da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica ouçam e aceitem os seguintes ensinamentos luminosos deste mais novo Santo da Igreja, no qual alertou contra os erros teológicos semelhantes aos erros mencionados acima na Instrumentum Laboris:
“Credos privados, religiões sofisticadas, podem ser vistosos e imponentes para muitos em seus dias; as religiões nacionais podem permanecer imensas e sem vida, e sobrecarregar o terreno por séculos e distrair a atenção ou confundir o julgamento dos eruditos; mas, a longo prazo, descobrirá que ou a religião católica é verdadeira e de fato a vinda do mundo invisível para isso, ou que não há nada de positivo, nada de dogmático, de real em nenhuma de nossas noções de onde devemos venha e para onde vamos ” (Homilia para Congregações Mistas, XIII)
“Nunca a Santa Igreja necessitou de defensores contra ele [o Liberalismo na religião] mais urgentemente que agora, quando infelizmente é um erro que se expande como uma armadilha por toda a terra; … O liberalismo religioso é a doutrina que afirma que não há nenhuma verdade positiva na religião, que um credo é tão bom quanto outro, e este é o ensinamento que vai ganhando solidez e força diariamente. É incongruente com qualquer reconhecimento de qualquer religião como verdadeira. Ensina que todas devem ser toleradas, pois todas são matéria de opinião. A religião revelada não é uma verdade, mas um sentimento ou gosto; não é um fato objetivo nem milagroso, e está no direito de cada indivíduo fazer dizer tão somente o que impressiona sua fantasia. A devoção não está necessariamente fundada na fé. Os homens podem ir a igrejas protestantes e católicas, podem aproveitar de ambas e não pertencer a nenhuma. Podem se confraternizar juntos com pensamentos e sentimentos espirituais sem ter nenhuma doutrina em comum, ou sem ver a necessidade de tê-la.” (Discurso do Cardeal John Henry Newman em Roma ao receber o Biglietto em que lhe era anunciada sua designação cardinalícia pelo Papa Leão XIII , 12 de maio de 1879)
Que Deus, através da intercessão de muitos missionários verdadeiramente católicos que evangelizaram o povo indígena das Américas, entre os quais São Turibius de Mogrovejo e São José de Anchieta, e através da intercessão dos santos que o povo indígena americano deu à Igreja, entre outros, São Juan Diego e São Kateri Tekakwitha, e especialmente através da intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, a Rainha do Santo Rosário, que derruba toda a heresia, conceda aos membros da próxima Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica e ao Santo Padre serem protegidos do perigo de aprovar erros e ambiguidades doutrinárias e de minar o domínio apostólico do celibato sacerdotal.
Raymond Leo Cardeal Burke
Bispo Athanasius Schneider
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