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“Momento político na Itália é muito grave”, diz Gianfranco Fini

Gianfranco Fini evoca o "sentido de responsabilidade" de todos e em especial do premier Silvio Berlusconi. Em uma mensagem 'soft' de poucos minutos, o presidente da Câmara dos Deputados, sem atacar o governo, pede a quem tem ''honradez e a honra de governar'' de respeitar ''os compromissos da agenda de governo. Nos próximos dias veremos o que vai acontecer…''.

Suas palavras são interpretadas pelo PDL (Povo da Liberdade, no governo) como uma espécie de marcha a ré que poderia prenunciar uma abertura e também uma fraqueza dos 'futuristas' (Futuro e Liberdade, partido criado por Fini) certificada pelo premier italiano.

Já Umberto Bossi (Liga Norte) está cada vez mais convencido sobre a necessidade de convocar eleições já.

Silvio Berlusconi não responde oficialmente a Fini, mas aos interlocutores confirma que governará enquanto houver maioria, depois de que o caminho é antecipar as eleições.

Sobre o sentido de responsabilidade invocado por Fini, o presidente do Conselho de Ministros, nos raciocínios feitos com seus aliados, devolve a questão ao remetente: a responsabilidade em primeiro lugar deve ser deles (os que apóiam o presidente da Câmara), posto que terão que escolher se votarão contra o governo.

O desfecho da crise política no governo italiano está longe de terminar e ainda há muitos questionamentos sobre o que acontecerá. Por hora, Berlusconi não pretende reabrir o diálogo com os opositores. Caso o premier obtenha a confiança nas duas Câmaras, alguns analistas prevêem nova divisão na sequência, e outros uma retomada do diálogo com Fini. No partido do premier (PDL) também existe a dúvida sobre a posição da Liga Norte, atualmente sua principal aliada. Diante de uma situação de maioria no governo, a oposição não tem dúvidas de que o premier deveria renunciaria. 

Sobre a invocação de responsabilidade de Fini, o secretário do Partido Democrata (PD), Pier Luigi Bersani replica: "A responsabilidade é se conscientizar que este governo não tem a capacidade de prosseguir".

Críticas a Fini também chegaram do IDV (Itália dos Valores). "Fini falou em puro politiquês", ataca Massimo Donadi, enquanto que Antonio Di Pietro não têm dúvidas de que "estamos no meio do caminho entre uma ditadura e o ridículo".

Napolitano é contra os excessos de contraposição:

''Sempre considerei digno de atenção e apoio o esforço para resolver questões particularmente atuais e de comum interesse para o desenvolvimento e o futuro do país, em um clima de discussão calma e de cooperação aberta, além das fronteiras políticas que legitimamente atravessam a arena parlamentar, provocando porém excessos negativos de contraposição e fechamento", escreveu o presidente da República Giorgio Napolitano, em uma mensagem enviada ao Intergrupo parlamentar pela Subsidiariedade por ocasião das Jornadas de Formação "Para Vencer Amanhã".

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