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Corte da Itália declara insolvência de banco que deu calote de 1 bilhão de euros

O tribunal falimentar de Ancona, na costa leste da Itália, declarou a insolvência do antigo Banco Marche, que deu um calote de 1 bilhão de euros no ano passado e fez 44 mil acionistas e investidores perderem suas economias.   

Atualmente, 36 ex-dirigentes da instituição financeira respondem na justiça por crimes como apropriação indébita, corrupção entre privados, falsa contabilidade e formação de quadrilha. O Marche era um dos quatro bancos de pequeno porte resgatados por um decreto aprovado em novembro de 2015 pelo governo italiano.   

A medida teve como objetivo evitar a quebra das entidades – que enfrentavam dificuldades financeiras havia anos – por meio do chamado "bail-in", quando o salvamento é feito com dinheiro dos próprios investidores.   

Com o decreto, o governo substituiu os bancos – Marche, Etruria, CariChieti e Cassa di Risparmio di Ferrara – por quatro novas companhias, contendo apenas os ativos "saudáveis" das antigas instituições, como imóveis, funcionários e créditos que podem ser recuperados.   

Os ativos deteriorados foram transferidos a uma nova sociedade, um "bad bank" que funciona como uma espécie de "lixeira" e existe apenas para abrigar os prejuízos e tentar vender os créditos podres a fundos especializados em recuperar ao menos parte dos investimentos.   

Nessa operação, nenhuma pessoa que era apenas correntista ou havia investido suas economias em produtos financeiros ordinários perdeu dinheiro. Só ficou no prejuízo quem aplicou em ações dos bancos ou nas chamadas "obrigações subordinadas", ativos de alto risco que, em caso de insolvência, só são pagos depois de todos os outros créditos devidos pela empresa.   

No fim do ano passado, Luigino D'Angelo, um aposentado que tinha investido em obrigações subordinadas do banco Etruria, se suicidou depois de ter perdido todas as suas economias no processo de falência da empresa, o que gerou até uma moção de desconfiança – já rejeitada – contra o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi.   

Após o decreto do governo, os ativos "bons" do Banco Marche foram transferidos para o Novo Banco Marche, que assumiu sua parte saudável. (Fonte: Ansa)

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