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CRISE POLÍTICA ENCERRADA: Draghi forma novo governo italiano com políticos e tecnocratas como ministros

Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, confirmou a formação do próximo governo da Itália e revelou um gabinete com uma mistura de tecnocratas e políticos de sua ampla coalizão.

O presidente Sergio Mattarella pediu a Draghi para ser primeiro-ministro depois que uma disputa partidária derrubou o governo anterior, concedendo a ele a tarefa de enfrentar a crise de saúde do coronavírus e o colapso econômico.

Após uma semana de consultas, quase todos os principais partidos de todo o espectro político prometeram apoio a Draghi, e figuras proeminentes desses grupos foram nomeados ministros.

Luigi Di Maio, líder do Movimento 5-Estrelas, permanecerá como ministro das Relações Exteriores, enquanto Giancarlo Giorgetti, figura importante do partido Liga, será ministro da Indústria. Andrea Orlando, do Partido Democrata, de centro-esquerda, será ministro do Trabalho.

No entanto, alguns cargos importantes foram para tecnocratas não filiados, incluindo Daniele Franco, diretor-geral do Banco da Itália, que foi nomeado ministro da Economia, e Roberto Cingolani, físico e especialista em TI, que assumiu a nova função de ministro da Transição Verde.

Há oito mulheres entre os 23 ministros.

O surgimento do novo Executivo põe fim a um mês de crise política no país, após o ex-premiê Matteo Renzi, do partido de centro Itália Viva (IV), ter retirado seu apoio ao governo de Giuseppe Conte, que acabou sendo forçado a renunciar por ter ficado sem maioria no Senado.

Gabinete misto – Inicialmente, o plano de Mattarella era que Draghi formasse um ministério tecnocrata e distante das disputas do dia a dia no Parlamento, mas o economista cedeu aos apelos dos partidos e formou um gabinete que une “técnicos” em algumas pastas cruciais, como a de Economia, com ministros políticos.

Os provenientes do governo Conte são: Luigi Di Maio (Relações Exteriores), Stefano Patuanelli (Agricultura), Roberto Speranza (Saúde), Elena Bonetti (Igualdade), Dario Franceschini (Cultura), Lorenzo Guerini (Defesa) e Luciana Lamorgese (Interior).

Além de Lamorgese, uma advogada independente, a parte “técnica” do ministério é formada pelo diretor-geral do Banco da Itália, Daniele Franco (Economia), pelos reitores Patrizio Bianchi (Educação) e Cristina Messa (Universidade), pelo físico Roberto Cingolani (Transição Ecológica), pelo empresário Vittorio Colao (Inovação Tecnológica), pela ex-presidente da Corte Constitucional Marta Cartabia (Justiça), e pelo ex-presidente do Instituto Nacional de Estatística Enrico Giovannini (Infraestrutura e Transportes).

Já o magistrado Roberto Garofoli, juiz do Conselho de Estado, instância máxima da Justiça Administrativa, ficou com o estratégico posto de subsecretário da Presidência do Conselho dos Ministros, espécie de “chefe da Casa Civil” do governo italiano.

Coalizão heterogênea – Sem nunca ter sido eleito para cargos públicos e sem experiência na política parlamentar, Draghi terá a tarefa de liderar uma coalizão heterogênea que vai da extrema direita à esquerda, passando por populistas, liberais e sociais-democratas.

Três dos quatro grandes partidos desse governo de união nacional ficaram com três pastas cada um. O conservador Força Itália (FI), partido de Silvio Berlusconi, por exemplo, emplacou Mara Carfagna (Ministério do Sul e da Coesão), Mariastella Gelmini (Autonomias) e o veterano deputado Renato Brunetta (Administração Pública).

Já a ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, ficou com os ministérios do Desenvolvimento Econômico (Giancarlo Giorgetti), do Turismo (Massimo Garavaglia) e das Políticas para Pessoas com Deficiência), Erika Stefani.

O PD, maior força de centro-esquerda na Itália, emplacou Andrea Orlando (Trabalho), além de manter Dario Franceschini (Cultura) e Lorenzo Guerini (Defesa). O populista Movimento 5 Estrelas (M5S), dono da maior bancada no Parlamento, é o único com quatro ministros: Fabiana Dadone (Políticas Juvenis), Federico D’Incà (Relações com Parlamento), Luigi Di Maio (Relações Exteriores) e Stefano Patuanelli (Agricultura).

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