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Custo de dívida de 1 ano da Itália sobe em leilão

Os custos dos empréstimos de um ano da Itália duplicaram em um leilão de títulos de curto prazo, refletindo novas dúvidas sobre os países mais fracos da zona do euro e destacando o nervosismo do mercado antes de um leilão de títulos de três anos na quinta-feira.

Roma pagou 2,84 por cento para vender a dívida de um ano, ante 1,405 por cento no leilão anterior em meados de março, no momento em que os problemas orçamentários da Espanha alimentam as preocupações em relação à posição de outras economias endividadas da Europa, incluindo a Itália.

A taxa média do leilão de três meses mais do que dobrou para 1,249 por cento, ante 0,492 por cento há um mês. O Tesouro emite esses vencimentos curtos dependendo de suas necessidades de caixa.

Temores de contágio dos problemas orçamentários da vizinha Espanha e o lento progresso das necessitadas indispensáveis reformas estruturais interromperam a tendência de queda dos custos de dívida da Itália.

Autoridades foram rápidas em apontar para fatores além das fronteiras italianas.

"Mesmo com a demanda forte, como era esperado, o resultado do leilão reflete o aumento das tensões sobre títulos soberanos na zona do euro, que resultaram em um aumento significativo dos rendimentos", disse o banco central do país em uma declaração.

O ministro da Indústria da Itália disse que o aumento nos custos de empréstimos não era uma reação ao planos de reforma trabalhista do governo.

O Tesouro levantou os planejados 11 bilhões de euros em títulos de 12 e de três meses, com as ofertas totalizando 1,6 vez a quantidade oferecida. O Tesouro oferecerá 5 bilhões de euros na quinta-feira, incluindo títulos para março de 2015 e três emissões extraordinárias, e os rendimentos também devem subir nesse leilão.

Os rendimentos dos títulos de um ano vinham caindo desde meados de novembro, quando atingiram o recorde desde a implantação do euro, de 6 por cento.

No mês passado, eles atingiram o nível mais baixo desde agosto de 2010, uma vez que as injeções de financiamentos de emergência nos bancos pelo Banco Central Europeu (BCE) encorajou os bancos a comprar títulos italianos e espanhóis.

"Os leilões foram bem no que se refere à demanda, apesar de os rendimentos altos não serem um sinal positivo", disse o estrategista do RBS, Biagio Lapolla.

"O que está pesando nos mercados não são tão relacionados aos fatores domésticos, já que há temores sobre a Espanha e dados fracos do crescimento global. Uma desaceleração da economia global é uma ameaça para as economias da zona do euro atingidas por austeridade."

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