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Emma Marcegaglia, presidente da Confederação das Indústrias diz que a Itália “arrisca muito”

Os empresários italianos alertam os políticos sobre a gravidade da situação da Itália e pedem ações imediatas porque o país corre muitos riscos, disse a presidente da poderosa Confederação das Indústrias, Emma Marcegaglia, fazendo eco ao ministro da Economia, Giulio Tremonti, e manifestando sua disponibilidade ao diálogo.

A líder da Confindustria anunciou também a intenção de fazer uma série de solicitações ao governo com base nas decisões da cúpula de sua organização.

A declaração de Marcegaglia, em paralelo ao fórum econômico Ambrosetti em Cernobbio (norte da Itália) coincide com as palavras de Christine Lagarde, presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) que, em entrevista ao semanário alemão Der Spiegel, exortou os governos a intervir com medidas sérias de economia e crescimento para enfrentar a desaceleração da economia nos países industrializados.

Já Tremonti, em seu discurso em Cernobbio, voltou a dar ênfase aos eurobônus que, em sua opinião, são uma "ideia gloriosa, o destino deste continente".

"Na Itália existe um problema de credibilidade", disse Marcegaglia, em se referindo ao plano de ajuste promovido por Berlusconi, programa que "deve ter as contas seguras". A empresária também destacou o "problema" da falta de um plano de crescimento: "A preocupação dos industriais italianos é muito forte e são muitos os problemas que precisam de intervenções imediatas", como os da reforma previdenciária e dos impostos que precisam ser reduzidos a trabalhadores e empresas.

Sobre o discurso de Marceglia, Tremonti disse que sua visão é diferente da dela: "No plano de austeridade apresentado em julho havia mais cortes do que taxas".

O ministro admitiu que se cometeram erros, mas defendeu o plano e, em particular, as medidas para combater a evasão fiscal, que compensarão os impostos sobre as rendas mais elevadas, que foi deixado de lado na semana passada após críticas de sindicatos e oposição.

Apenas 796 pessoas declaram na Itália uma renda acima de um milhão de euros, prova de que a evasão é altíssima, disse Tremonti que, às críticas, reagiu falando de "excesso de instrumentalização, de polêmicas". "Ninguém tem a varinha mágica", argumentou.

Para acalmar os mercados, o Executivo italiano aprovou de urgência em 12 de agosto passado um segundo plano de austeridade por € 45,5 bilhões, que agora está nas mãos do Parlamento. No entanto, as modificações constantes às medidas originais deste plano provocaram uma enxurrada de críticas.

A presidente da Confindustria, após o pronunciamento de Tremonti, concluiu que a crise "não pode continuar para sempre, o Banco Central Europeu (BCE) não pode comprar ao infinito títulos do Estado italiano", ao falar dos temores diante do fraco plano de ajuste do governo Berlusconi. "Se o BCE parar de comprar títulos do Estado, o diferencial voltará para patamares muito elevados e teremos problemas muito graves", enfatizou Marcegaglia.

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