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ESCÂNDALO EM VENEZA: Primeiro-ministro italiano Matteo Renzi compara corrupção com alta traição

Após o estouro de mais um escândalo que abalou a Itália, o premier Matteo Renzi fez em Bruxelas um duro discurso contra quem se apropria do dinheiro público e pediu o "banimento" dos políticos envolvidos em crimes do tipo. As declarações foram dadas no dia seguinte à prisão do prefeito de Veneza, Giorgio Orsoni, e de mais 35 pessoas acusadas de corrupção, extorsão e lavagem de dinheiro.

"Não é possível que quem for condenado por corrupção possa voltar a trabalhar no setor público depois de 20 anos. É por isso que eu proponho o 'Daspo' para os políticos", disse o primeiro-ministro, referindo-se à Proibição de Entrar em Manifestações Esportivas (Daspo, na sigla em italiano), procedimento que veta a ida aos estádios de torcedores que participam de brigas.

Renzi ainda declarou que uma pessoa investigada por corrupção deveria ser processada por alta traição e garantiu que vai tomar atitudes para evitar novos escândalos. "O problema da corrupção não são leis que não existem, mas aquelas que não são respeitadas. Seguramente interviremos nos próximos dias nos contratos públicos, nos órgãos anticorrupção e em outros temas específicos", acrescentou.

Membro do Partido Democrático (PD), o mesmo do premier, Giorgio Orsoni teria recebido ilegalmente 110 mil euros (R$ 340 mil) para financiar sua campanha eleitoral para a Prefeitura de Veneza em 2010. O pagamento foi feito por empresas do consórcio responsável pela construção do sistema Mose, um complexo de barreiras que tem como objetivo proteger a cidade dos seus constantes alagamentos.

O projeto é uma das maiores obras públicas da história da Itália, com o custo de 5,5 bilhões de euros (R$ 17 bilhões) financiado inteiramente pelo Estado. Entre os que teriam sido beneficiados pelo esquema também está o deputado Giancarlo Galan, acusado de receber em média um milhão de euros (R$ 3,1 milhões) por ano entre 2005 e 2011 para dar pareceres favoráveis à realização do Mose.

Durante a maior parte desse período, Galan foi presidente da região do Vêneto, onde fica Veneza. Ele também ocupou dois ministérios em um dos governos de Silvio Berlusconi, adversário de Renzi. A Justiça já solicitou a prisão do deputado ao Congresso, procedimento necessário por ele ter imunidade parlamentar.

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