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Europa questiona importação do suco de laranja brasileiro, gerarando emissão de dióxido de carbono

O consumo de sumos de fruta na União Europeia praticamente duplicou ao longo das duas últimas décadas, o que se deveu essencialmente aos seus supostos benefícios para a saúde. Mas, afinal, de que é que são feitos: de sumo, de néctar ou de uma mistura de diversos ingredientes? O Parlamento Europeu analisa actualmente uma proposta que tem por objectivo melhorar os padrões de produção de sumos de fruta e ajudar os consumidores a fazer escolhas mais saudáveis.

Mais de 80% dos sumos de laranja consumidos na União Europeia são importados do Brasil e dos Estados Unidos da América, o que faz da UE o maior importador de sumo de laranja do mundo, recebendo cerca de dois terços das exportações mundiais do sector.

Consequências ambientais

Os transportes necessários a esta importação de larga escala resultam em emissões avultadas de dióxido de carbono, tal como referido no projeto de relatório do eurodeputado espanhol Andres Perello Rodriguez (Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas), sobre a proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Diretiva 2001/112/CE do Conselho relativa aos sumos de frutos e a determinados produtos similares destinados à alimentação humana.

A dependência das importações resulta num modelo econômico menos sustentável. Os produtores brasileiros e norte-americanos cultivam laranjas especificamente destinadas a processamento e os produtores europeus utilizam a fruta que não foi escoada nos mercados de produtos frescos em virtude das suas dimensões ou forma, mas utilizáveis para produção de sumo de elevada qualidade. A nova proposta legislativa pretende reforçar o consumo de produtos locais que não tenham de ser transportados para longas distâncias e que sejam produzidos em condições sociais, laborais e de segurança alimentar estabelecidos pela legislação comunitária.

De acordo com a proposta em análise, os produtores da UE deveriam passar a ter a possibilidade de adicionar até 10% de sumo de mandarina ao sumo de laranja, para intensificar o sabor e acrescentar valor nutritivo ao sumo, uma vez que, não sendo o caso, os produtores europeus estão em desvantagem competitiva.

A nova diretiva pretende igualmente colmatar o problema da falta de informação ao consumidor, fazendo uma clara distinção entre sumo e néctar, em função da presença ou ausência de açúcar nos produtos.

Os grupos de consumidores como os diabéticos, as crianças e as pessoas com problemas relacionados com peso têm necessidade de conhecer o teor de açúcar das bebidas que consomem. Nesse sentido, o texto sugere a realização de campanhas de informação junto dos consumidores sobre as diferenças existentes entre sumos sem açúcar adicionado e néctares, que são produzidos com concentrado de fruta e podem conter açúcar ou adoçante.

Este projeto de relatório faz parte de uma série de propostas legislativas destinadas a melhorar a proteção dos consumidores e a segurança alimentar na União Europeia. A proibição de cultivo de organismos geneticamente modificados com base em argumentos ambientais e mais controlo na utilização de antibióticos em animais são algumas das propostas apresentadas nesta matéria.

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