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Brasil leva tecnologia agro à feira mundial Expo Milão 2015

Um dos maiores produtores de alimento, o Brasil está expondo suas tecnologias no agronegócio, na Expo Milão 2015, a mais importante feira mundial.

Nesta edição, o tema do evento é "Nutrir o Planeta, Energia para a Vida". Com o quarto maior pavilhão da feira, que conta com mais de 140 países participantes, o Brasil quer aproveitar o evento para atrair investimentos estrangeiros, aumentar suas exportações e se consolidar como fornecedor de alimento, em um ano em que a economia brasileira deve apresentar contração.

"O Brasil vivenciou uma revolução nas últimas quatro décadas na área de ganhos de produtividade no campo e oferta de alimentos.O foco central do pavilhão é mostrar um país que oferece soluções de produção, distribuição e consumo", disse Vinicius Estrela, gerente da Expo Milão 2015 e membro da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Entre os temas que devem ser expostos no pavilhão, cujo slogan é "Alimentando o Mundo com Soluções", destacam-se a agricultura tropical e a integração entre pecuária, agricultura e floresta. Também estará presente o conceito de sustentabilidade.

"O Brasil conta com as melhores práticas sustentáveis do mundo, está na vanguarda da tecnologia do conhecimento científico na área agrônoma e tem potencial para exportar tecnologia para países tropicais", garantiu Otávio Lemos de Melo Celidonio, superintendente do Instituto Matrogrosense de Economia Agropecuária (IMEA).

Dadas as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2015, de queda de 1%, a Expo Milão é vista como uma oportunidade para ampliar mercados e evitar uma desaceleração do agronegócio em 2016 devido à alta do dólar. "Atualmente, estamos colhendo uma safra a um dólar acima de R$ 3,10, mas plantada a R$ 2,80. Em setembro, porém, vamos plantar uma safra a R$ 3,10 e colher apenas em 2016. Podemos ter um cenário complicado. A Expo Milão vem a calhar para o setor brasileiro", disse o coordenador do Centro de Agronegócios da FGV, Roberto Rodrigues. "Esse ano, a agricultura e a pecuária terão um papel muito importante, contribuindo para o saldo comercial e renda do país, mas, em 2016, será um pouco mais nebuloso, porque os custos subirão", explicou o especialista.

Atualmente o agronegócio representa 23% do PIB nacional e gera 30% dos empregos no país, ajudando a equilibrar a balança comercial. Para Rodrigues, porém, o Brasil "ainda precisa de investimentos em logística, infraestrutura e acordos bilaterais, o que faz da Expo de Milão uma oportunidade para o setor".

Ao longo de seis meses da feira, que termina em 31 de outubro, delegações empresariais e estatais brasileiras devem visitar o pavilhão e buscar novas oportunidades de negócios na Itália e na Europa.

Cada um dos 140 países participantes da Expo terão um dia dedicado ao seu pavilhão. O do Brasil deve ser o 7 de Setembro, que corresponde à Festa da Independência.

Pavilhão

Em uma área de quatro mil metros quadrados, o pavilhão do Brasil é um dos maiores da Expo Milão 2015 e está localizado perto de uma das entradas da feira. A previsão das autoridades italianas é de que o público do pavilhão seja de 60% dos visitantes totais do evento.

O projeto, com custo de 40 milhões de reais, sendo 35 milhões somente para construção, é assinado pelo escritório de arquitetura Arthur Casas e foi todo baseado no conceito de produtividade em cadeia. Por isso, o destaque do pavilhão é uma rede que representa a fluidez e a interligação da cadeia produtiva.

A instalação fica na galeria principal do pavilhão e é possível ser vista de vários ângulos. "O projeto se preocupou com o respiro, com a criação de um espaço que pudesse ser uma praça de convivência e captasse a atenção", afirmou Alexandra Kayat, arquiteta e uma das responsáveis pela coordenação do pavilhão.

O material usado para a construção é sustentável e remete à agricultura, como a cor terrosa, a madeira e o ferro. Abaixo da rede, há um jardim com espécies brasileiras selecionadas pela Embrapa e o qual foi montado propositalmente para retratar um trecho do rio Amazonas.

"O projeto privilegia a experiência dos espectadores. A ideia era criar um pavilhão interativo, com sensações, e não somente um espaço de exposição", explicou Gabriel Ranieri, do escritório Arthur Casas.

O mobiliário também é todo nacional e expressa as criações de designers, artistas e artesãos brasileiros. "Um dos destaques é uma luminária feita por índios do Acre que chama 'Jiboia' e tem 170 cobras jiboias de luz LED", contou Renata Adoni, que ajudou a selecionar as peças para o pavilhão. Além da área aberta, o espaço brasileiro conterá rampas e auditório para expor conteúdos institucionais e informativos do país. Um restaurante com 40 lugares também compõe o pavilhão, junto com uma estante que exibirá a arquitetura e o artesanato local.

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