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Itália autoriza desembarque de navio com 104 migrantes

O Ministério do Interior da Itália autorizou o desembarque de 104 migrantes a bordo do navio Ocean Viking, que pertence às ONGs SOS Mediterranée e Médicos Sem Fronteiras (MSF), resgatados há 10 dias, no porto de Pozzallo, na região da Sicília.

Os migrantes, entre eles 41 menores e duas grávidas, foram retirados de uma barco inflável, no último dia 18 de outubro, a 80 quilômetros da costa da Líbia. Dois dias depois, o navio fez um apelo para a Itália e Malta autorizar o desembarque em um porto seguro. Os “104 sobreviventes foram esquecidos e têm de ficar no convés de um barco salva-vidas sem terem qualquer solução de desembarque à vista”, lamentou a vice-diretora de operações da SOS Mediterrâneo, Louise Guillaumat, na ocasião. Segundo a tripulação do barco, a maioria dos migrantes é da África Ocidental e muitos foram vítimas ou testemunhas de violência física e sexual. “Acabamos de concluir o procedimento de realocação dos migrantes resgatados com base no pré-acordo alcançado durante a cúpula de Malta”, informou o governo italiano.

Em sua conta no Twitter, o líder do partido Itália Viva, Matteo Renzi, celebrou a medida e ressaltou que os migrantes do Ocean Viking precisam ser desembarcados imediatamente. “As pessoas não são mantidas no meio do mar. Trabalhamos para o projeto da África e para ajudá-los em casa, como já disse há anos. Mas quando há pessoas no mar, elas devem ser desembarcadas, ponto final”, escreveu. A decisão do governo de coalizão entre o Movimento 5 Estrelas (M5S) e o Partido Democrático(PD), no entanto, foi duramente criticada pelo ex-ministro do Interior e líder da Liga Norte Matteo Salvini. “Seria uma afronta inaceitável para a Itália se o Ocean Viking, um navio norueguês de ONG francesa, desembarcasse pela enésima vez e somente na Itália. O governo todo desembarcou, impostos e algemas já mais do que dobraram as chegadas de clandestinos: basta!”, afirmou Salvini. Mais cedo, a organização Médicos Sem Fronteiras também escreveu no Twitter que foi fechado um acordo para a realocação dos 90 migrantes a bordo do navio Alan Kurdi, mas ainda não se sabe em que porto eles desembarcarão.

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