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Itália enviará recursos para a Líbia com dinheiro congelado de Kadafi

O chanceler da Itália, Franco Frattini, prometeu hoje ao centro opositor da Líbia, o Conselho Nacional de Transição (CNT), que ajudará a população de Benghazi com recursos provindos de contas congeladas do ditador Muammar Kadafi. 

O ministro italiano das Relações Exteriores viajou hoje para o país norte-africano, onde se reuniu com presidente do CNT, Mustafá Abdel Jalil, com quem assinou um memorando prometendo o envio de recursos pecuniários e de combustível. 

"Temos na Itália contas importantes que foram congeladas depois das sanções ao regime de Kadafi. Falamos de milhares de milhões de euros que não são recursos do regime, mas do povo líbio, e estas contas congeladas podem representar a garantia para estas transferências", afirmou ele em coletiva de imprensa. 

Estes fundos serão disponibilizados pela população líbia por meio do Conselho com linhas de crédito à população. Entre as contas congeladas estão as do fundo soberano líbio e de quatro entidades governamentais controladas por Kadafi. 

"Tomamos o compromisso com a Eni [petrolífera estatal italiana] e a Unicredit [banco privado italiano] de prover as necessidades da população líbia por meio do CNT com uma enorme quantidade de combustível e uma enorme soma de dinheiro, centenas de milhões de euros que são necessários para a população", acrescentou Frattini. 

O italiano também aproveitou a viagem para inaugurar o consultado italiano em Benghazi, reafirmando que Kadafi "deve deixar o poder e o país". 

A sede da diplomacia da Itália na cidade havia sido fechada em 2006, após um confronto entre manifestantes e policiais locais que deixou onze mortos. Os ativistas eram em sua maioria muçulmanos que protestavam contra as caricaturas do profeta Maomé publicadas naquele ano em um jornal conservador dinamarquês. 

O congelamento de recursos do governo líbio e a decisão de reabrir um consulado por parte da Itália fizeram parte de uma série de medidas com relação ao país que saíram como deliberação de uma reunião extraordinária de chanceleres da União Europeia (UE) ocorrida em março. O encontro também indicou que os países europeus deveriam reconhecer oficialmente o CNT como interlocutor político do país.

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