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Italiano era “alma” de esquema no Parlamento Europeu, diz juiz

O juiz belga que conduz o processo que investiga o escândalo de corrupção no Parlamento Europeu afirmou que o ex-eurodeputado italiano Antonio Panzeri “aparenta ter desenvolvido e animado” uma “vasta organização fraudulenta” na qual os atos criminosos tiveram uma “natureza complexa, organizada e repetitiva”.

A acusação do magistrado Michel Claise está no mandado de prisão emitido contra a esposa e a filha de Panzeri, Maria Colleoni e Silvia Panzeri, respectivamente.

As duas chegaram a ser presas no dia 9 de dezembro, mas foram transferidas para o regime domiciliar no dia seguinte. Ambas são acusadas de associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. A defesa nega as acusações.

Já Panzeri segue detido em Bruxelas desde a última sexta-feira ao lado da ex-vice-presidente do PE Eva Kaili e outros dois italianos: o assessor parlamentar do grupo Socialistas & Democratas (S&D) e companheiro da deputada grega, Francesco Giorgi, e o diretor da ONG No Peace Without Justice, Niccolò Figa-Talamanca.

Conforme a mídia belga, a polícia teria encontrado cerca de 1,5 milhão de euros em dinheiro vivo nas casas de Kaili e de Panzeria durante as ações de busca e apreensão. Parte do montante estava em uma mala com o pai da eurodeputada grega.

O escândalo no PE abalou o mundo político de Bruxelas e envolve, segundo as investigações, o Catar e também o Marrocos – o primeiro teria enviado propina para conseguir votações favoráveis no Parlamento e o segundo teria sido usado para lavar dinheiro.

Suspensão no PD

A maior parte dos assessores parlamentares envolvidos e revelados até o momento por diversos veículos de mídia são italianos. Um dos que teve seu nome ligado ao escândalo é o eurodeputado Andrea Cozzolino, do Partido Democrático (PD), que negou publicamente as acusações.

Cozzolino teria sido citado por Giorgi durante um dos depoimentos dados às autoridades belgas como um dos possíveis beneficiados no esquema. Contudo, nesse caso, os valores não eram repassados por ele, mas sim por Panzeri.

A Comissão Nacional de Garantias do PD decidiu suspender cautelarmente Cozzolino de todas as suas atividades durante as investigações.

Já o secretário-geral do PD, Enrico Letta, afirmou que a sigla, a maior de centro-esquerda da Itália, é parte lesada no processo e se apresentará como tal em “todas as sedes judiciárias”.

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