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Matteo Renzi é alvo de investigação por financiamento ilícito

A Promotoria de Roma abriu uma investigação contra o ex-primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi e o empresário Lucio Presta por suspeita de financiamento ilegal e faturamento falso.

O caso foi divulgado por antecipação pelo jornal italiano “Domani”. Segundo a publicação, a procuradoria de Roma colocou o líder do partido Itália Viva “no registro de suspeitos há algumas semanas, devido a uma investigação sobre as relações econômicas entre Renzi e o agente de televisão”.

O inquérito apura as transferências bancárias para o documentário sobre Florença, “Firenze, secondo me”, realizado pela produtora de Presta, Arcobaleno Tre, e que foi ao ar no Discovery Channel.

A investigação começou em 2019 com um relatório da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) do Banco da Itália sobre lavagem de dinheiro. Na época, o jornal L’Espresso noticiou como Presta, que recebeu 20 mil euros da Discovery, repassou 454 mil euros à Renzi pelo projeto, que custou quase um milhão de euros.

A suspeita é de que por trás do documentário há, na verdade, um financiamento ilícito ao político e diversos crimes fiscais por “serviços nunca executados”. Nos últimos dias, inclusive, alguns documentos úteis para as investigações foram apreendidos na casa de Presta e na empresa Arcobaleno.

De acordo com os investigadores, parte do dinheiro teria sido usado por Renzi para pagar um empréstimo de 700 mil euros que havia recebido de Anna Picchioni, viúva do empresário Maestrelli, para comprar uma villa em Florença, onde hoje o ex-premiê vive.

Renzi, por sua vez, sempre alegou que o empréstimo havia sido quitado graças ao orçamento extra recebido por suas palestras e até pela realização do documentário.

No entanto, acredita-se que o valor recebido por Presta está absolutamente fora do mercado e isso só pode ser explicado como um empréstimo do empresário a Renzi. Por este motivo, as autoridades italianas também estão investigando crimes fiscais contra os dois.

“Quem vai contra a corrente não tem medo de nada, de ninguém. Respondemos aos algozes com a força dos fatos, papéis, verdade”, escreveu Renzi nas redes sociais.

Em sua publicação, o ex-premiê italiano também negou todas as acusações e disse que suas atividades são legais. “Não sei o que este aviso de garantia pode levar em conta. Todas as minhas atividades são legais e legítimas. Quando chegarem os documentos, e não os tuítes dos jornalistas, poderemos confrontá-las. Não tenho nada a ver com isso”, finalizou.

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