A educadora Élida Brandão teceu comentários, com relação aos comentários do Professor Orlando Fedelli, sobre o espiritismo, na quarte parte do especial sobre o Cristianismo. Leia agora a opinião da educadora:
"Aqui não será colocada qualquer defesa da Doutrina Espírita mesmo porque não há necessidade alguma. O que gostaria de deixar claro para o Sr. Orlando Fedeli, bem como para aqueles que tenham ouvido suas colocações, que não se iludam com a injustiça e temor que a idéia da reencarnação possa trazer.
Não existe um adiamento da responsabilidade dos atos cometidos! Não se pode dizer simplesmente: Nesta existência vou fazer tudo o que quiser independente de prejudicar a outrem ou não, afinal terei a próxima existência para pagar. Idéia absurda que se faz da reencarnação. Outra questão levantada é quanto ao esquecimento do passado, da vida anterior a esta, onde se colocaria a seguinte pergunta: Como posso pagar uma divida se não me lembro que a tenha contraído? O esquecimento no caso estará a favor e não contra nós.
Vamos tomar aqui como exemplo a justiça pregada pelos homens; quando alguém comete um delito é levado ao tribunal, onde será julgado, condenado, ou não, senão for verificada sua real culpa no crime. Mas há os que conseguem fugir logo em seguida da pratica criminosa cometida, será considerado fugitivo das autoridades, portanto não pagará no mesmo momento pelo o ato cometido.
Quem sabe essa pessoa não levara por algum tempo uma vida digna diante da sociedade, onde até poderá praticar atos de solidariedade, constituir família e trabalhar para o sustento dos seus dependentes. Como é considerado fugitivo da justiça ainda corre o risco de pagar pelo erro. E se for capturado pagará, será julgado e talvez condenado. De acordo com os homens a justiça será feita e esta pessoa ficara atrás das grades até cumprir sua pena. Ora a Lei de Deus também é Justa, e muito mais do que as dos homens. A lei divina não castiga, porque não quer o mal dos seus filhos.
A oportunidade da reencarnação é para a evolução do ser. Sim os atos errados cometidos em existências anteriores terão que ser resgatado, mas é nesse resgate que o ser cresce em conhecimento, torna-se uma pessoa mais evoluída e mais próxima da imagem de Deus, ou seja, perfeita.
A explicação de somente uma existência ser verdadeira não justificaria as diferenças sociais que vivemos. Por que uns nascem na riqueza e outros se vêem diante de tanta miséria? Por que vemos crianças com aptidões fora do comum, seja na arte, ou na ciência e outras não têm qualquer aptidão seja em qualquer área do conhecimento?
Não será mais fácil e lógico ver que a Doutrina da Reencarnação colocaria argumentos bem mais plausíveis e coerentes do que atribuir ao organismo que forma o ser, ou quem sabe ao ambiente social? Incorreríamos em erros novamente, vemos criaturas que se destacam mesmo em ambientes de pobreza e por outro lado temos aquelas que estão voltadas para a delinqüência oriunda de um local economicamente satisfatório. As argumentações são muitas, mas fico por aqui quanta a essas questões, deixo, portanto espaço para reflexões.
Outro ponto que muito perguntam é quanto ao esquecimento do passado, ao esquecimento das vidas pretéritas. Pegaremos um caso que revoltaram as pessoas na época em que ocorreu e ainda provoca tais sentimentos que é o caso da jovem Suzane, que juntamente com o namorado e o irmão deste assinaram seus pais.
Diante da sociedade a justiça foi feita, a jovem e os dois rapazes estão presos. Diante da justiça divina esse caso provavelmente ainda requer uma retomada, onde as partes envolvidas terão muito a reparar. Na oportunidade de resgate suponhamos que Suzane venha a nascer novamente com a família que ela prejudicou, assim seria melhor, uma vez que é com esse grupo que terá a oportunidade de reerguimento e avanço na sua evolução.
Portanto para sua evolução e a de seus genitores não será melhor esquecer o passado? Olhando por este lado Deus é extremamente justo e bom naquilo que faz, Ele não favorece um e desfavorece a outros, todos são iguais independentes da classe social, da nacionalidade ou qualquer crença que venham a ter.
Para terminar a minhas colocações vou utilizar duas passagens bíblicas. A primeira se encontra em Mateus, cap. 17, v. 10 a 12, a outra em João, cap. 3, v. 3 a 8 e10.
“E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas; Mas digo-vos que Elias já veio e não reconheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista.” ( João Batista é Elias que reencarnou).
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de Nov, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Por ventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: N verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
O que nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito e espírito. Não te maravilhas de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso? Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel , e não sabes isso?”( Renascer não é isso que Nicodemos não entendeu).
Saindo das colocações que a Doutrina Espírita apresenta quanto à questão da reencarnação e do esquecimento do passado, quero agora deixar aqui uma colocações minhas. Como pode o Professor Fedeli dizer que a Reencarnação é imoral, o que é imoral segunda a minha opinião é o que o Catolicismo pregou durante muito tempo que é a idéia de céu e inferno.
Como pode fazer isso com as pessoas, em colocar essa questão diante, por exemplo, do amor de mãe. Ora como pode uma mãe que dedica a sua vida a seus filhos, que é capaz de até morrer por eles ir para o céu em quanto um de seu filho que, suponhamos tenha cometido um delito grave deve e será encaminhado para o inferno. Onde será o inferno professor, onde deverá estar o filho ou onde deverá estar à mãe que sofre com a distância de seu rebento. Imoralidade é o que a Santa Inquisição fez, permanecendo tanto tempo na ignorância.
A autoridade máxima da Igreja Católica o Papa Bento XVI se questionou onde estava Deus que não viu o holocausto? Que fé é esta? Que uma autoridade máxima é essa?"
ÉLIDA BRANDÃO – EDUCADORA
