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PATRIMÔNIO CULTURAL: Os segredos da cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, em Firenze

Filippo Brunelleschi, o arquiteto renascentista que projetou a famosa, em Florença, usou um "truque" para impedir que seus rivais e potenciais admiradores de sua técnica copiassem seu método de construção. O estudioso Massimo Ricci, em uma coletiva de imprensa mundial no site da National Geographic Society, diz que Brunelleschi quis manter intacto no tempo o segredo da construção de sua monumental obra de arte. "Ao longo dos séculos, o segredo da construção da cúpula foi escondido por Brunelleschi com um artifício, que consistiu em deixar à mostra, dentro da estrutura da cúpula, tijolos dispostos de forma diferente da que ele de fato usou", disse o especialista."Deste modo enganaria todos aqueles que, ao vê-los, tentavam usar sua disposição como base para descobrir a técnica que fora empregada", explicou Ricci.

A verdade é que a técnica de Brunelleschi para construir a cúpula é a da "espinha de peixe: este é o verdadeiro segredo para a sua realização".

De acordo com o especialista a prova principal é o único documento técnico que restou da época da construção [da cúpula], iniciada em 1425: trata-se de um pergaminho de Giovanni di Gherardo da Prato, um perito que participou da obra.

Ricci falou também citou outras curiosidades, como o navio desenhado por Brunelleschi para transportar os materiais da cúpula.

"Seu particular projeto, que permitia carregar quantidades enormes na metade do tempo que os navios de sua época, foi submetido a uma espécie de 'copyright ante litteram' por Brunelleschi", explicou o pesquisador.

"O artista conseguiu que se alguém fosse encontrado com uma cópia de seu navio, o município deveria se encarregar de queimá-la. E, com astúcia, não aceitou o pagamento pelo projeto da embarcação, mas sim o seu uso por terceiros, pedindo uma porcentagem por cada viagem", especificou.

Os estudos sobre a cúpula da Catedral de Florença, que permitiram descobrir a disposição em formato de "espinha de peixe" dos tijolos e sua junção com uma mistura de gordura e material inerte fino, foram feitos com uma sonda da multinacional Olympus.

"O que pude verificar com a endoscopia industrial dentro da espessura da camada interna da cúpula – observou Ricci – não só contribui para o conhecimento profundo da estrutura, como é fundamental para intervir em sua restauração e consolidação".

Pela primeira vez na história do monumento foi possível entrar em seu âmago em cerca de 2,5 metros de profundidade, graças à presença de uma lesão profunda na camada interna e utilizando as perfurações para a extração de amostras, realizadas em 1986 pelo professor Salvatore Di Pasquale para determinar a resistência dos tijolos.

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