
O poder aquisitivo per capita na Itália registrou, em 2009, níveis mais baixos que o do ano 2000, segundo anunciou o Instituto de Estatística Italiano (Istat).
Em um relatório apresentado na Câmara dos Deputados, o Istat especificou que o poder aquisitivo das famílias no biênio 2008-2009 caiu 3%.
"A renda anual per capita é hoje 360 euros inferior em relação à de 2000", disse o presidente do instituto, Enrico Giovannini.
Giovannini, no entanto, ressaltou que "a diminuição da inflação e a queda das taxas de juros", devido ao cenário recessivo, "contribuíram para deixar menos difícil" a situação das famílias.
Por sua vez, o presidente da organização de defesa do consumidor da Itália (Codacons), Carlo Rienzi destacou que estes dados demonstram que as famílias enfrentam cada vez mais dificuldades e vivem em condições econômicas desastrosas.
Segundo Rienzi, "a culpa da grande perda de poder aquisitivo está relacionada com o aumento dos preços e tarifas a partir dos anos de introdução do euro".
"É só pensarmos que nos últimos sete anos, de 2002 até 2009, cada família gastou, no total, cerca de 9.600 euros a mais por causa dos aumentos dos preços dos produtos, das tarifas, do combustível, do aluguel, dos financiamentos imobiliários e das especulações. Dados que inevitavelmente refletem negativamente sobre o poder aquisitivo dos cidadãos e aumentam o número de famílias próximas da pobreza", afirmou o presidente da Codacons.
"O governo não tem mais álibi e deve intervir para salvar as carteiras dos italianos. Assim como congelou por quatro anos os salários dos funcionários públicos, agora deve fazer o mesmo por quatro anos com os preços e tarifas, a fim de evitar que estes cresçam mais que a renda familiar, circunstância que determinaria uma nova e preocupante onda de pobreza no nosso país", disse Rienzi.