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POLÍTICA: Senado Italiano prorroga missão no Afeganistão

O Senado italiano aprovou a lei que prorroga o trabalho das missões internacionais das Forças Armadas, em particular no Afeganistão, e concede às iniciativas um financiamento de 1,350 bilhão de euros até o final do ano.

Atualmente, a Itália realiza 33 missões em 21 países, as quais envolvem 9.295 pessoas. O financiamento da presença do país no Afeganistão foi o que mais aumentou, passando de 310 milhões de euros a 364 milhões.

O motivo é a decisão de aumentar o contingente em mais de 700 unidades até o final de 2010, alcançando os 4.000 militares.

Na sessão, todos os partidos votaram pelo sim, com exceção do Itália dos Valores (IDV), de Giuseppe Caforio, que declarou que "enquanto os Estados Unidos deixam o Iraque e pensam em sair do Afeganistão, a Itália continua a financiar uma missão que, até agora, só trouxe problemas e luto".

Caforio — chefe do IDV na Comissão de Defesa do Senado — apontou que a participação na Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf, na sigla em inglês) "se tornou uma guerra", em alusão indireta aos 29 italianos mortos na nação ocupada desde o início das operações, em 2004.

"Não somos contrários a todas as missões, mas sim àquela no Afeganistão. Há tempos pedimos, em vão, que o governo estude uma saída estratégica daquele país antes de chorarmos outros mortos. O ministro [da Defesa Ignazio] La Russa respondeu enviando mais militares. Em tempos de crise econômica (e política), é a pior escolha que podia ter sido feita", lamentou o senador.

Já o Partido Democrata (PD), maior força de oposição ao governo, expressou o seu "sim convicto" em favor do projeto de lei.

Segundo o senador Pietro Marcenaro, a agremiação "está consciente que a segurança e a estabilidade são um bem comum para o qual todos têm o dever de contribuir e que isso é cada vez mais verdadeiro nos novos cenários internacionais".

Marcenero completou que o voto favorável "não nos impede de criticar com seriedade as estruturas e as escolhas do governo".

O senador disse ainda que "esperamos que o governo não deixe de, nos próximos meses, informar e discutir no Parlamento as decisões que serão tomadas".

Giovanni Torri, da Liga Norte, criticou seus colegas, afirmando que "estamos votando uma lei, mas talvez ao menos 80% dos meus colegas estejam pensando mais em permanecer nos seus cargos que nos militares que temos no Afeganistão".

"Desejo recordar a muitos que estão sentados neste auditório que quando nós falávamos de uma saída estratégica, éramos criticados. Tínhamos uma particularidade: pensávamos em uma saída não no sentido de ir embora do Afeganistão, como muitos gostariam de fazer hoje, mas sim no sentido de progredir, de mudar de marcha e estar lá de forma inteligente", declarou.

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