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Políticos italianos e Vaticano voltam a debater tema da Aids

A questão da Aids voltou a ser debatida por políticos italianos e pelo Vaticano, que entregou aos bispos africanos o Instrumentum Laboris, contendo, entre outros assuntos, indicações para lidar com a doença no continente.

O documento, que serve de guia para o sínodo africano que ocorrerá em outubro, em Roma, foi entregue pelo papa Bento XVI aos bispos de Camarões, país que o Pontífice visita desde terça-feira.

No Instrumentum Laboris, que possui 60 páginas, o Vaticano diz que deve haver "respeito recíproco e iniciativas concretas" no diálogo inter-religioso para promover ações de saúde, visando, particularmente, a Aids, a malária e a cólera.

 

Em outro capítulo, dedicado aos serviços de saúde, o texto ressalta que a Igreja "busca curar os mais necessitados e os portadores de Aids", com "a ajuda da caridade e da comunidade eclesiástica vigente".

Ainda nesta quinta-feira, o presidente do Parlamento Europeu, Hans Gert Poettering, defendeu que para curar a Aids deve ser feito de "tudo".

Segundo Poettering, é necessário fazer "tudo" até que a Aids "não tenha nenhuma chance", promovendo políticas de prevenção, que incluem o uso de preservativos.

A senadora italiana do Partido Democrata (PD) Mariapia Garavaglia também se declarou a favor do uso de preservativos, explicando ainda que só isto "não basta" para curar a propagação do vírus HIV.

"Os especialistas já provaram que só os preservativos não bastam. Eles são um dos instrumentos, e devem ser acompanhados de outros métodos preventivos, como informação e estilos de vida, segundo sugere a Organização Mundial da Saúde (OMS)", disse a senadora.

O presidente da Comissão de Saúde do Senado italiano e senador pelo partido Povo da Liberdade (PDL), Antonio Tomassini, disse que "do ponto de vista médico, os preservativos são um método insubstituível na prevenção da Aids".

Na última terça-feira, o papa Bento XVI afirmou que a Aids "é uma tragédia que não pode ser superada com o dinheiro e nem com a distribuição de preservativos, que desse modo aumenta os problemas".

Esta declaração repercutiu negativamente entre instituições não-governamentais e expoentes políticos do mundo inteiro.

No entanto, o secretário da Comissão de Assuntos Sociais da Câmara italiana, Gianni Mancuso, comentou que "graças à declaração do Papa foi dada importância a uma questão que tinha desaparecido da mídia".

Bento XVI está em Camarões, como parte de sua viagem pelo continente africano. Na próxima sexta-feira, o Pontífice viajará para Angola, antes de retornar a Itália no próximo dia 23.

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