
O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, está entre os investigados em um inquérito sobre possíveis irregularidades nas políticas de planejamento urbano da capital financeira da Itália.
No poder desde 2016, Sala é suspeito de ter praticado os crimes de “declarações falsas” e cumplicidade em “indução indevida para dar ou prometer benefícios”, de acordo com o jornal Corriere della Sera.
A primeira acusação se refere a um documento que atestava a ausência de conflito de interesses na nomeação de Giuseppe Marinoni como presidente da Comissão de Paisagismo da Prefeitura, órgão consultivo que pode emitir pareceres favoráveis ou contrários a projetos de construção civil na cidade.
O Ministério Público de Milão aponta relações próximas de Marinoni, que deixou o cargo em abril passado, com empreiteiras e acredita que Sala tenha sido incentivado a nomeá-lo pelo secretário de Urbanismo da metrópole, Giancarlo Tancredi, alvo de um pedido de prisão preventiva que ainda não foi autorizado pela Justiça.
A segunda acusação diz respeito a supostas vantagens relativas à construção do edifício conhecido como “Pirellino”, projetado pelo arquiteto Stefano Boeri e pertencente à incorporadora Coima, de Manfredi Catella, também alvo de um pedido de prisão por parte do Ministério Público.
O arranha-céu – uma espécie de “torre botânica” com a fachada coberta de árvores – será construído no local de um antigo edifício da Prefeitura vendido à Coima por meio de licitação em 2019, por 175 milhões de euros.