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VIAGEM: No México, Papa Bento XVI conhecerá uma desigualdade grave

O México receberá Bento XVI"com sinais de deterioração econômica e social graves", no contexto do aumento de pobres no país, com um crescimento econômico quase nulo e baixa geração de empregos.

Números de organizações internacionais mostram os dois extremos da desigualdade, o que torna o México um dos países mais desiguais da América Latina, que, por si só, é a região com os maiores desequilíbrios na distribuição de renda no mundo.

No México, enquanto os 20% mais pobres da população só participam com 3,79% do consumo, o segundo grupo de 20% das pessoas contribuiu com 9% dos gastos.

O grupo seguinte da pirâmide, também na direção ascendente, é responsável por 12,54% do consumo; o quarto setor por 19,48% e o último, de maior renda, com 56,17% do total. 

A concentração observada no México pelo Banco Mundial na camada de maior renda da população é comparável à de outros países da região, como Guatemala, Nicarágua, Panamá e Paraguai, onde um quinto de seus habitantes na ponta da pirâmide participa com 58% do consumo no primeiro caso e com 57% em cada um dos seguintes.

Os países com a maior concentração são a Colômbia, com 62% do consumo em 20% da população com rendas mais elevadas; a Bolívia (61%) e o Brasil (58%).

Com taxas mais baixas de concentração aparecem Venezuela e Uruguai, sociedades em que 20% dos mais ricos são responsáveis por 49% do consumo em cada caso.

José Luis Jaime, coordenador-adjunto do Enlace Legislativo do opositor Partido da Revolução Democrática (PRD, de esquerda), diz que o Papa chegará em um México com "uma desigualdade crescente" e cujo cenário "pode recrudescer em 2012".

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) e o Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social (Coneval) argumentam que 2011 foi um ano em que aumentou o número de pobres, a desigualdade, e o desemprego no México. 

O país anfitrião do Papa teve um crescimento econômico médio de 1,47% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto praticamente em todas as economias da América Latina a pobreza foi reduzida.

A Cepal reconheceu que, no início do período de Felipe Calderón(2006) o México tinha uma taxa de desemprego aberta de 3,47% e de acordo com os números mais recentes da entidade, de outubro de 2011, a taxa era em 5%.

Segundo registros oficiais, no México só têm empregos permanentes e remunerados 14 milhões de mexicanos em idade ativa, em uma População Economicamente Ativa (PEA) de 46 milhões.

Dados do governo mostram que a pobreza no México aumentou de 48,8 milhões para 52 milhões de pessoas entre 2010 e 2011, ou seja, há 3,2 milhões de "novos pobres".

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