Notícias

Quase 50% das famílias italianas temem não conseguir pagar as contas

Cerca de 12 milhões de famílias italianas (48,8%) temem não conseguir arcar com as dívidas no atual cenário de crise econômica, revelou um relatório anual elaborado pelo Centro de Estudos e Investimentos Sociais (Censis), organismo independente de pesquisa socioeconômica.

 

Segundo o documento, 71,7% dos italianos acreditam que a crise dos mercados pode ter repercussões diretas em sua vida, pela falta de créditos ao consumo, por não terem uma reserva em poupança e por conta de seus "investimentos em produtos de risco", como hipotecas.

 

Nos últimos três anos, o endividamento das famílias aumentou de modo considerável. Das 2,8 milhões de famílias com casas hipotecadas, 81 mil declararam não ter pagado as parcelas no prazo previsto. Do restante, 838 mil tiveram "alguma dificuldade" em pagá-las e 279 mil declararam que tiveram "muita dificuldade".

 

O levantamento também revela que mais de um terço dos italianos "consideram seu emprego em perigo" e o temor aumenta entre os trabalhadores com emprego informal, principalmente os pedreiros e os jovens.

Ao mesmo tempo, um em cada quatro italianos acredita que deve reduzir os gastos com alimentos. Segundo o Censis, os mais penalizados neste aspecto serão os idosos, sobretudo os que vivem sozinhos.

De qualquer modo, estudo prevê que 5,5 milhões de italianos passarão ilesos pela crise, ou seja, seguirão desfrutando de modo igual ou maior de uma ampla variedade de bens e serviços.

Mesmo assim, dois terços dos italianos buscam descontos ou ofertas do comércio. Da mesma forma, cresce o número de consumidores que renunciam aos produtos de marca. Mas os italianos não abrem mão do celular e do transporte privado, carro ou moto.

Segundo o Censis, consolida-se uma Itália com duas vertentes. O PIB per capta das regiões do centro-norte (29.445 euros) é superior a de países como Reino Unido (29,140), Alemanha (28.068), França (27.593) e Espanha (26.519); enquanto o PIB nacional é de 17.046 euros, por conta da parte sul do país.

 

O clima de incerteza econômica descrito pelo relatório do Censis encontra eco no estudo da associação de comerciantes Confesercenti, também divulgado nesta sexta-feira. O levantamento mostra que os italianos gastarão menos no natal, pois o dinheiro destinado à compra de presentes, no total, cairá um bilhão de euros, em relação a 2007.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios