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Giorgia Meloni critica discurso de Putin: “Propaganda já conhecida”

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou  a suspensão do “New Start”, último tratado sobre a redução de arsenais nucleares ainda em vigor com os Estados Unidos.

Esse acordo foi assinado em abril de 2010, pelos então presidentes Dmitri Medvedev e Barack Obama, e foi prorrogado pela última vez em fevereiro de 2021, limitando a 1,55 mil o número de ogivas nucleares de cada país.

O tratado também previa inspeções diretas e troca de informações entre as duas potências, mas Putin afirmou que não pode permitir que técnicos americanos visitem as instalações nucleares russas enquanto os EUA tentam “impor uma derrota estratégica” a Moscou na Ucrânia.

“Vamos suspender o tratado, mas não nos retiramos”, declarou o presidente em seu discurso sobre o estado da nação. Putin também pediu que o Ministério da Defesa fique de prontidão para eventuais testes de armas nucleares, porém prometeu não usá-las primeiro. “Mas se os Estados Unidos o fizerem, precisamos estar prontos”, acrescentou. Ao longo de 1h45 – um de seus discursos mais longos ao Parlamento -, o chefe de Estado garantiu que a Rússia atingirá seus objetivos na Ucrânia, voltou a acusar o presidente Volodymyr Zelensky de encabeçar um regime “neonazista” e denunciou que Kiev queria se armar com bombas nucleares.

“Não tínhamos dúvidas de que eles tinham operações prontas para o Donbass em fevereiro [de 2022]. Eles fizeram a guerra começar, nós apenas usamos a força para frear a guerra”, justificou Putin.

O presidente ainda afirmou que a Rússia queria uma “solução pacífica”, mas foi “enganada” pelo Ocidente. “O objetivo do Ocidente é levar a Rússia a uma derrota estratégica, querem nos eliminar para sempre. Não percebem que a própria existência da Rússia está em jogo”, salientou.

Putin também disse que é “impossível” derrotar o país no campo de batalha e que Moscou “não está em guerra contra o povo da Ucrânia”.

Reações:

Em reação ao discurso, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou que é “absurda” a ideia de que a Rússia esteja sujeita a “qualquer forma de ameaça militar da parte da Ucrânia ou de quem quer que seja”.

Já Mikhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, disse que Putin demonstrou “sua irrelevância e sua confusão”.

“Ele não tem soluções e não as terá”, acrescentou. Por sua vez, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que “ninguém atacou a Rússia”. “Eles são os agressores”, ressaltou.

Em visita à Ucrânia, a premiê da Itália, Giorgia Meloni, declarou que Putin apenas repetiu uma propaganda já conhecida. “Uma parte do meu coração esperava que ele dissesse palavras diferentes, um passo adiante.

Aquilo que ouvimos é a propaganda habitual, mas os fatos são diferentes”, afirmou a primeira-ministra em Irpin, cidade devastada pelas tropas russas no ano passado.

“Ele disse que trabalha para evitar o conflito, mas a verdade é que existe um invasor e alguém que está se defendendo. E o paradoxo é que quem é a vítima dessa agressão está tentando apresentar um plano de paz”, salientou.

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