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Silvio Berlusconi se defende de acusações: “33 meninas em 2 meses me parecem demais”

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou que vai comparecer a todas as audiências judiciais e a programas de televisão para se defender das acusações da Procuradoria de Milão.

"Não posso crer em um uso da Justiça assim bárbaro e distante da realidade", afirmou o chefe de Governo, anunciando que irá "à TV explicar tudo e me defender".

A Procuradoria de Milão encerrou ontem as investigações sobre a ligação do premier com garotas de programa, inclusive com a marroquina Karima El-Mahroug, conhecida como "Ruby".

Segundo os promotores, a jovem se encontrou com o premier em 13 ocasiões entre os dias 14 de fevereiro e 2 de maio de 2010.

Ela teria mantido relações sexuais com Berlusconi, mediante pagamento, na residência do chefe de Governo em Arcore.

A investigação também defende que 32 mulheres, além de "Ruby", teriam recebido dinheiro em troca de favores sexuais.

Todas tinham mais de 18 anos na época, com exceção da marroquina.

Elas teriam sido induzidas a se prostituir pela conselheira regional do partido governista Povo da Liberdade (PDL) Nicole Minetti, pelo empresário Lele Mora e pelo diretor televisivo Emilio Fede.

"Tenho 75 anos, apesar de eu ser travesso, 33 mulheres em dois meses me parece muito até para uma pessoa de 30 anos", disse Berlusconi, em entrevista à imprensa italiana.

O premier se defendeu afirmando que "a verdade é que a Justiça desses senhores [procuradores de Milão] não tem sentido".

Segundo Berlusconi, as garotas iam a jantares promovidos em sua residência e apenas ficavam dançando na "discoteca". "Sozinhas, porque eu nunca gostei de dançar", afirmou.

"[Agora elas] Passarão o resto da vida sendo marcadas como prostitutas. E, no entanto, são mulheres que tiveram o infortúnio de participar de jantares com o presidente do Conselho", comentou o premier.

"Nunca paguei por uma mulher em minha vida", defendeu-se, explicando que paga apenas gastos "cotidianos", como "intervenções cirúrgicas, dentista, taxas universitárias".

Berlusconi também negou que tivesse outras intenções ao ligar para o centro de detenção onde a marroquina estava detida por furto e pedir sua libertação, acreditando que ela seria sobrinha do ex-presidente do Egito Hosni Mubarak.

O premier "jurou" ter "falado com Mubarak por ao menos 15 minutos" sobre "Ruby" cerca de "uma semana antes" de telefonar à prisão.

"Tenho todas as testemunhas. Os intérpretes podem confirmar", afirmou o chefe de Governo. 

Os promotores afirmam que Berlusconi teria extorquido agentes de segurança para libertar a jovem, usando como argumento o suposto parentesco com o líder egípcio, e pedido para que ela fosse entregue a Minetti.

"Participarei de todas as audiências, mas não é nada fácil enfrentar quatro processos e ser presidente do Conselho", garantiu o premier.

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