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Jornal do Vaticano “L’Osservatore Romano” rebate críticas sobre gastos

O jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano, publicou uma matéria negando o uso de dinheiro público espanhol para a visita do papa Bento XVI a Madri na semana passada, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). 

A publicação retomou um comunicado divulgado pelos organizadores do evento no qual afirmaram que 'nenhum euro está a cargo dos contribuintes espanhois' e atestou que o afluxo de quase dois milhões de peregrinos à capital movimentou quatro vezes mais a economia da cidade em comparação com agosto do ano passado.

A viagem do Pontífice ao país foi marcada, entre outros, pelos protestos de integrantes do movimento dos "indignados" espanhois, que já vêm protestando contra os efeitos da crise econômica e que, na ocasião, realizaram atos condenando o uso de dinheiro público para o evento. 

Segundo o Osservatore, o custo total da JMJ, incluindo a visita do Papa, foi de € 50.482.621 (R$ 116.165.559), que teriam sido recebidos de "jovens, dioceses e 165 doadores". O jornal especificou que "€ 31,5 milhões [R$ 72,5 milhões] chegaram de registros de peregrinos; € 16,5 milhões [R$ 38 milhões] de doadores e € 2,4 milhões [R$ 5,5 milhões] de outras doações privadas". 

Desse montante, € 12,5 milhões (R$ 28,7 milhões) foram gastos para a organização dos principais eventos: as missas de abertura conduzida por Bento XVI na Praça de Cibeles e a de encerramento, no aeroporto Cuatro Vientos. 

Também foram gastos € 5,5 milhões (R$ 12,6 milhões) com despesas de secretaria geral e de recebimento de peregrinos, € 4,7 milhões (R$ 10,8 milhões) com kits; € 7,2 milhões (R$ 16,5 milhões) com infraestrutura; € 4,2 milhões (R$ 9,6 milhões) com programas culturais e guias dos peregrinos e € 1,2 milhões (R$ 2,7 milhões) com segurança, além de quase € 4 milhões (R$ 9,2 milhões) com voluntários. 

Os custos com o evento foram criticados pelos "indignados" e até por padres ligados a dioceses de comunidades pobres, que acusaram o governo de estar retirando dos cofres públicos metade do orçamento previsto de € 60 milhões (R$ 138 milhões), enquanto corta € 40 milhões (R$ 92 milhões) da educação e da compra de remédios para a saúde pública. 

No entanto, o governo do premier José Luis Rodrigues Zapatero se recusou a divulgar o custo do evento.

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