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Vacinação obrigatória contra Covid causa polêmica na Itália

A obrigatoriedade da vacinação contra o novo coronavírus Sars-CoV-2 gerou polêmica na Itália após vários profissionais de saúde, entre médicos e funcionários de residências sanitárias assistenciais (RSA), expressarem sua oposição à imunização.

De acordo com dados da Agência de Tutela da Saúde (ATS), apenas dois em cada 10 profissionais que atuam em asilos em Pavia estão dispostos a ser vacinados contra a Covid-19, um número baixo que preocupa as autoridades sanitárias do país.

“Devemos compreender plenamente a importância desta vacina e os operadores de asilos não podem escapar disso”, disse o gerente geral da ATS da província, Mara Azzi.

Segundo ela, “é impensável que apenas 20% dos operadores de RSA querem se proteger do vírus”, principalmente “quando se está em contato dia e noite com pessoas idosas e frágeis”, o que deve ser um fator importante na tomada de decisão e representa “uma real obrigação”.

A recusa dos profissionais também foi criticada pelo diretor científico do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Spallanzani, em Roma, Giuseppe Ippolito, que afirmou que a atitude deve ser punida com suspensões.

“Todos os profissionais de saúde, a começar pelos médicos, devem ser vacinados contra a Covid e se não quiserem ser vacinados devem ser suspensos do serviço porque, na verdade, não podem ser adequados para o serviço que prestam”, enfatizou o especialista italiano.

Para Ippolito, existem categorias profissionais que devem ser “absolutamente vacinadas para se protegerem, mas também para a proteção dos outros, pelos amplos contatos que têm com a população”. “Quem não aceita não pode exercer determinadas profissões. Nem todos os profissionais de saúde podem eximir-se da vacinação, pois representam fontes de risco para terceiros”.

Já o Conselho de Bioética deixou claro que a obrigatoriedade da vacinação deve representar “a última medida” a ser colocada em prática e para categorias específicas, começando pelos médicos e professores.

“Eu tornaria a vacina anti-Covid obrigatória somente quando ficasse claro que a pessoa vacinada não contagia mais os outros, ou seja, que a vacina garante tanto ao vacinado quanto a quem ainda não a tomou”, disse o presidente do Conselho de Bioética, Maurizio Mori, à agência Ansa..

O presidente da Comissão Nacional de Bioética (CNB), Lorenzo D’Avack, por sua vez, afirmou que é preciso “bastante cautela sobre a hipótese”, mas, “nesta primeira fase, é fundamental fomentar a propaganda a favor da vacinação”. A obrigatoriedade, no entanto, deve ser considerada como último recurso.

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