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Promotoria de L’Aquila abre investigação por “desastre culposo”

A Promotoria de L'Aquila abriu uma investigação por "desastre culposo" e pediu à Prefeitura da cidade, a mais afetada pelo terremoto, todos os projetos de construção nos últimos anos, informou o prefeito local, Massimo Cialente.

"Não sabemos como algumas casas desabaram e outras não. São imóveis que, em princípio, não deveriam haver caído. Temos que saber se foram mal construídos", manifestou Cialente.

 

O procurador-geral da cidade de L'Aquila, Alfredo Rossini, disse à imprensa local que abrirá uma investigação sobre os materiais e métodos utilizados na construção dos edifícios locais, depois de estes terem cedido "facilmente" após o terremoto, que até o momento já deixou 290 mortos.

Entre os edifícios que serão submetidos à perícia estão a Casa do Estudante, o Tribunal de L'Aquila e o hospital de San Salvatore.

"Investigaremos os edifícios construídos com areia", declarou Rossini.

Segundo o presidente da Associação Nacional de Construtores italiana (Ance), Paolo Buzzetti, "o cimento armado, se tivesse cumprido as normas, teria que resistir" ao terremoto, que chegou a 5,8 graus de intensidade na escala Richter.

Um dos engenheiros da Defesa Civil italiana, Paolo Clemente, assegurou que "o cimento (utilizado em alguns dos edifícios de L'Aquila) não era de qualidade".

Clemente acrescentou que existem alguns "maus" construtores que "utilizam areia da praia, que é mais barata".

O engenheiro explicou que, "além das impurezas que apresenta, é uma areia cheia de cloreto, que com o passar do tempo consome o ferro".

Buzzetti viajará na próxima quarta-feira a L'Aquila junto a uma comissão técnica da Ance para estudar estes edifícios.

"Aqueles que tenham se equivocado pagarão", concluiu o presidente da associação.

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