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Ministro pede, em Roma, a retirada do embaixador italiano no Brasil

O ministro da Defesa italiano, Ignazio La Russa, anunciou, em Roma, que solicitará à chancelaria italiana a chamada para consultas do embaixador da Itália no Brasil, em protesto pelo caso Battisti.

 

"Considero factível essa possibilidade, a qual submeterei ao ministro de Relações Exteriores, Franco Frattini", declarou La Russa à imprensa local.

 

O ministro já havia manifestado em várias ocasiões contrariedade com a decisão do governo brasileiro, anunciada semana passada, de conceder asilo político ao ex-militante de extrema esquerda Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos que teria cometido entre 1977 e 1979.

 

"Mulplicam-se os protestos. Ambientes extremistas lançaram a ideia de boicotar o turismo italiano para o Brasil. Com exceção dos amigos políticos de Battisti, todos os setores do Parlamento rejeitaram a decisão brasileira assim como os maiores representantes do Estado. Todos censuram claramente essa decisão", disse.

 

A concessão de estatuto de refugiado político a Battisti, ex-dirigente do movimento extremista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), condenado em 1993 à revelia pela justiça italiana, gerou fortes fricções entre os dois países.

Battisti está desde 2007 numa prisão de Brasília à espera de que o Brasil se pronuncie sobre a demanda italiana de extradição.

 

Apesar de o ministro da Justiça, Tarso Genro, ter-lhe concedido há uma semana asilo político, o Tribunal Supremo brasileiro decidiu adiar sua libertação.

 

A Itália também estaria estudando um recurso a ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) de Brasília, afirmou nesta quarta-feira outro ministro do governo Silvio Berlusconi.

 

"A Itália está estudando todos os recursos possíveis, inclusive uma intervenção junto ao Supremo Tribunal Federal do Brasil", declarou Elio Vito, ministro encarregado das relações com o Parlamento, citado pela agência Ansa.

 

Lembrando as intervenções do ministério italiano das Relações Exteriores e a carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, que expressou "profunda supresa" com a decisão brasileira, Vito disse desejar que "sejam criadas as condições para reexaminar" esta decisão.

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