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POLÍTICA ITALIANA: Após pressão do partido, prefeita de Roma muda assessores

Após a pressão sofrida nos últimos dois dias por membros de seu partido, o Movimento Cinco Estrelas (M5S), a prefeita de Roma, Virginia Raggi, anunciou a demissão de dois de seus principais secretários.  

Deixarão seus cargos o vice-prefeito Daniele Frongia, considerado um dos responsáveis pelo "caos" na Prefeitura nos cinco meses do governo Raggi, e o chefe da Secretaria, Salvatore Romeo. Os dois faziam parte do núcleo duro da prefeita, assim como Raffaele Marra, preso na última sexta-feira (16).   

"Nós decidimos dar um sinal de mudança. Frongia decidiu renunciar ao seu papel de vice-prefeito mantendo seu papel nas Políticas para os Jovens e Esporte", disse em nota a prefeita, ressaltando que as mudanças foram realizadas "após debate com Beppe Grillo". O humorista é o líder do M5S e tinha ameaçado expulsar Raggi da sigla se não houvesse mudança.   

O substituto para Frongia será eleito por conselheiros municipais do M5S e não será uma escolha exclusiva da prefeita. Já sobre a escolha para a vaga de Romeo "começaremos em breve uma nova diligência", informou.   

Através de seu blog, Grillo mostrou apoio à prefeita e disse que todos "vamos adiante com Virginia". "Roma vai adiante com Virginia Raggi prefeita do Movimento Cinco Estrelas. Foram cometidos erros que Virginia reconheceu: confiou nas pessoas mais erradas do mundo. A partir de hoje, muda sua caminhada", escreveu o líder do partido.   

– Crise: A explosão da crise em Roma ocorreu com a prisão de Marra, 44 anos. O assessor fazia parte do núcleo duro do governo e era considerado o "braço direito" de Raggi.   

O caso que o levou à cadeia começou em 2013, quando ele era chefe do departamento de políticas habitacionais de Roma, no governo de centro-direita comandado por Gianni Alemanno, que hoje é réu por corrupção.   

O agora ex-assessor de Raggi é acusado de ter recebido suborno para comprar por valor abaixo do mercado alguns apartamentos da Enasarco, entidade previdenciária do setor de comércio.   

A polícia também prendeu Sergio Scarpellini, empreiteiro suspeito de ter dado propinas a Marra.   

Em um breve pronunciamento à imprensa, a prefeita disse que o M5S "errou" ao confiar no assessor e tentou minimizar a prisão, afirmando que Marra era apenas um dos 23 mil funcionários da Prefeitura.   

No entanto, ele já era questionado por membros do movimento, principalmente por causa de sua ligação com Alemanno. Além de Marra, Raggi já se envolveu em outras crises, como a saída da assessora de Meio Ambiente, Paola Muraro, que é investigada por tráfico ilegal de lixo, abuso de poder e fraude, e a demissão em massa de cinco funcionários de alto nível após ela demitir sua chefe de Gabinete. (Ansa)

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