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Presidente italiano, Sergio Mattarella, diz que morte de italiano no Cairo foi “horrível”

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, enviou uma mensagem para o Encontro Nacional de Escolas pela Paz e lembrou a morte do pesquisador e estudante italiano Giulio Regeni, ocorrida no Cairo entre o fim de janeiro e início de fevereiro. A reunião, que ocorreu em Assis escolheu o italiano como o homenageado.   

"Tenho a intenção de expressar um agradecimento especial pela escolha de dedicar a Giulio Regeni a edição deste ano do vosso encontro. Não queremos e não podemos esquecer sua paixão e sua vida horrivelmente perdida. Lembrar é um ato de paz que, estou convicto, ajudará o evento a produzir novos frutos", afirmou o mandatário.   

Pouco tempo depois do discurso de Mattarella, o Parlamento da União Europeia, através da Comissão de Direitos Humanos, convidou os pais do estudante a participarem de uma sessão da entidade. Porém, a postura dos europeus diante do caso voltou a provocar críticas de um editorial no jornal norte-americano "The New York Times".   

Para a publicação, é "vergonhosa" a postura dos aliados dos italianos – especialmente da França e da Grã-Bretanha – sobre o "caso Regeni".   

"Os abusos dos direitos humanos no Egito sob o governo do presidente Abdel Fattah al-Sisi atingiram novos ápices e, mesmo assim, os governos ocidentais que comercializam com o Egito e o armam continuam a fazer negócios como se nada tivesse acontecido, sustentando que o que está em jogo é a segurança regional e os interesses econômicos", escreveu a publicação.   

O "NYT" ainda criticou diretamente o presidente francês, François Hollande, que está indo para o Cairo para "fechar um acordo de US$ 1,1 bilhão em armas".   

Poucos dias após o corpo de Regeni ter sido encontrado com sinais de tortura em uma vala comum no Cairo, o jornal norte-americano acusou o governo de al-Sisi de ter assassinado o pesquisador por achar que ele era um "espião". Desde então, o governo egípcio nega as informações e diz que a investigação sobre a morte do jovem "ainda está em aberto".   

Porém, na semana passada, após uma reunião de dois dias entre os investigadores da Procuradoria de Roma e do Egito, a Itália decidiu convocar seu embaixador no Cairo para consultas – gesto conhecido na política internacional como sinal de crise nas relações diplomáticas.   

A morte do estudante ganha cada vez mais contornos políticos, já que nenhum grupo ou algum suspeito de assassinato tenha sido localizado. O pesquisador estava no Cairo para fazer uma pesquisa sobre o funcionamento de sindicatos, que são proibidos no país, e escrevia para o jornal comunista "Il Manifesto'. O último artigo, publicado após sua morte, acusava o governo de al-Sisi de utilizar a força para se firmar no poder. (Fonte: Ansa)

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