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FESTIVAL DE VENEZA 2010: Japonês Miike apresenta “13 Assassins”

O cineasta japonês Takashi Miike apresentou, no Festival de Veneza, seu filme "13 Assassinos", no qual ele resgata a era dos samurais, afirmando que concebeu o filme tendo em mente a educação das novas gerações.

"O que realmente me assusta é que as pessoas não sabem que esta é a história do nosso passado recente", lamentou Miike, sobre o drama de ação, ambientado no Japão feudal de meados do século XIX.

"A história não se passa no passado remoto, mas em um passado mais recente, que nossos bisavós viveram", afirmou. "É algo que deve ter acontecido na vida real".

Ao perceber que o filme original foi "feito para a geração do meu pai", Miike disse ter pensado "o que nós, uma outra geração, poderíamos fazer".

Para ele, é triste que "o cinema japonês possa ter esquecido como lidar com estes filmes de época".

O "remake" de ação de um filme de 1963, rodado pelo falecido Eiichi Kudo, surpreendentemente fiel ao gênero para um diretor conhecido por seu estilo floreado, aborda a ascenção ao poder do sádico Lorde Naritsugu e de um elaborado plano suicida para assassiná-lo.

Doze samurais têm o apoio de um 13º guerreiro, Koyata (interpretado pelo galã Yusuke Iseya), armado apenas com um estilingue, para dar comicidade ao longa.

A fita evolui para terminar em uma cena final de combate digna de um 'blockbuster'.

Um cineasta tão prolífico quanto versátil, Miike também exibiu em Veneza "Zebraman", uma paródia de filmes de super-heróis, apresentado fora da competição.

Zebraman é um super-heroi cheio de defeitos, cuja missão é defender "a paz, a Justiça e o jeito japonês de viver".

Miike disse o filme se inspirou em seu programa favorito na infância.

"Realmente sofri influência dele. Em 'Zebraman', a mensagem é que se você acredita em alguma coisa, ela vira realidade", acrescentou.

Também nesta quinta foi exibido, na mostra competitiva "The Solitude of Prime Numbers", do italiano Saverio Costanzo.

O filme sobre um vínculo entre dois jovens assombrados por traumas da infância se baseou no primeiro romance de Paolo Giordano, que ficou famoso na Itália ao ganhar o prêmio de literatura Strega, o mais respeitado do país.

O filme é uma interpretação fiel do livro, exceto pelo uso de 'flashbacks' ao invés da narrativa cronológica.

"Tentamos fazer tudo acontecer no momento afetivo. Não há dias, há apenas o momento afetivo", disse Constanzo.

Enquanto Mattia (Luca Marinelli) se tortura com a culpa pelo desaparecimento de sua irmã gêmea com problemas mentais, Alice (Alba Rohrwacher) é torturada por uma lesão incapacitante na perna, provocada por um acidente durante treino de esqui, o qual ela atribui ao pai por pressioná-la demais para se tornar uma campeã.

Eles se aproximam, mas não muito, assim como os números primos, que são separados apenas por um outro número, como 5, 7, 11 ou 13.

Ambos reagem punindo seus próprios corpos: Mattia fere a si mesmo, enquanto Alice vira anoréxica.

O escritor, co-roteirista do longa ao lado de Costanzo, disse ter conseguido se desapegar imediatamente do romance.

"Eu não senti qualquer repetição, parei de pensar nele como um produto meu, e deixei Saverio seguir seus instintos", explicou Giordano.

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