Notícias

Brasil suspende compra de navios militares italianos

O Ministério da Defesa brasileiro informou que, por enquanto, foram deixadas sem efeito as negociações para a compra de navios militares italianos enquanto a Justiça desse país abriu um processo pelo alegado pagamento de subornos por parte de uma empresa de armas, caso que implica um ex-ministro do governo de Silvio Berlusconi.

As negociações com a empresa italiana de armamentos, a Finmeccanica, para a aquisição de navios "não evoluíram", disse uma fonte do Ministério da Defesa brasileiro consultada pela ANSA.

Esta semana foi preso na Itália um empresário da Finmeccanica acusado de envolvimento no pagamento de subornos a funcionários para facilitar a venda de material bélico a vários países, incluindo o Brasil.

Um dos suspeitos envolvidos no caso é o ex-ministro do Desenvolvimento de Berlusconi, Claudio Scajola, que viajou para o Brasil em 2009 para discutir a venda de navios com o então ministro da Defesa Nelson Jobim.

O ex-ministro Jobim exerceu o cargo durante o segundo mandato do ex-presidente Luiz Lula da Silva e nos primeiros meses do governo de Dilma Rousseff, e foi quem promoveu a nova Estratégia Nacional de Defesa, aprovada em 2008, que prevê o reequipamento das Forças Armadas e a criação de uma indústria bélica nacional.

Jobim negou seu envolvimento na suposta rede de corrupção montada por empresários da Finmeccanica, em declarações também publicadas pelo jornal Folha de São Paulo.

"Você acha que se eu tivesse recebido algo como € 225 milhões (por supostos subornos) eu passaria os dias entre papeladas e tribunais (trabalhando como advogado)?", disse Jobim ao rejeitar as versões que o vinculam ao suposto esquema de suborno.

Jobim também observou que a transação para a compra de uma dezena de embarcações por cerca € 11 bilhões foi cancelada porque o governo não tinha recursos suficientes, publicou a Folha com base nas declarações do ex-ministro a um jornal italiano.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios