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Centenas de pessoas se despedem de italianos mortos na Líbia

Centenas de pessoas acompanharam os funerais dos italianos Salvatore Failla e Fausto Piano, mortos no último dia 2 em um tiroteio na Líbia.   

Enquanto os familiares de Failla fizeram a cerimônia em Carlentini, na Sicília, a despedida de Piano ocorreu em Capoterra, na Sardenha.   

Na Igreja de Santa Tecla, na Sicília, outro italiano que havia sido sequestrado pelo mesmo grupo, Filippo Calcagno, foi dar seu último adeus ao amigo. O prefeito de Carlentini, Giuseppe Basso, declarou luto para esta sexta na cidade e pediu a todos os comerciantes a interromperem por um minuto seu trabalho durante o féretro pela cidade.   

Já em Capoterra, o corpo de Piano foi recebido por parentes, amigos, autoridades e membros das forças de segurança da cidade.   

Os familiares ficaram grande parte do tempo de mãos dadas, em silêncio, em uma dor comovente.   

Os corpos dos dois técnicos da construtora Bonatti foram liberados pelo Políclino de Gemelli, após a autópsia. Ambos foram analisados pelos legistas italianos após as famílias reclamarem que os corpos foram incorretamente analisados na Líbia.   

"A nossa perplexidade sobre a autópsia executada na Líbia se revelou bem fundamentada. A amostra de parte de tecidos corpóreos tornaram impossível a identificação da arma usada, da distância e da trajetória. Não foi uma autópsia, foi ato de um açougueiro", disse o advogado da família Failla, Francesco Caroleo Grimaldi.   

De acordo com informações do advogado, a morte dos técnicos foi causada por, ao menos, seis tiros espalhados pelo corpo. As balas acabaram provocando a ruptura de artérias e provocaram a morte de ambos.   

Além de Failla, Piano e Calcagno, o grupo de técnicos sequestrados na Líbia em julho de 2015 contava ainda com Gino Pollicardo. De acordo com o depoimento dos sobreviventes, eles foram feitos reféns por um grupo miliciano que luta contra o governo local. Porém, nunca foi feito nenhum pedido oficial de resgate ou alguma milícia assumiu a ação.   

No dia 2 de fevereiro, quando os milicianos tentavam levar Failla e Piano para uma nova prisão em Sabrata, o plano acabou em tragédia durante uma troca de tiros entre facções. Os dois foram usados como "escudos humanos" e faleceram. Já Pollicardo e Calcagno, que estavam presos em outro local, decidiram arrombar a porta da cela onde estavam. Em seguida, os sobreviventes acabaram nas mãos do Conselho Militar de Sabrata, milícia local que aceitou devolvê-los à Itália, apesar de suas divergências com o governo de Trípoli. (Fonte: Ansa)

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