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Enterro de Erich Pirebke, gera polêmica na Itália

O governo da Argentina negou uma autorização para que o nazista e ex-oficial da SS Erich Priebke, morto na Itália, aos 100 anos de idade, fosse enterrado no país.

Em um comunicado, foi anunciado que o ministro das Relações Exteriores da Argentina Héctor Timerman "deu ordens para rejeitar qualquer procedimento que possa permitir a entrada do corpo do criminoso Erich Priebke no país".

"Os argentinos não aceitam esse tipo de ofensa à dignidade do homem", acrescentou a nota.

O advogado de Priebke, Paolo Giachini, tinha dito que o ex-oficial da SS seria enterrado na cidade de Bariloche, ao lado do corpo de sua esposa.

Após o pronunciamento da Argentina, Gianchini, porém, comentou que o funeral deverá acontecer na próxima terça-feira, em Roma, onde Priebke morreu. E negou que o país sul-americano tenha "rejeitado a entrada do corpo, pois ainda não foi feita nenhuma solicitação".

A possibilidade do funeral ocorrer em Roma provocou reações nos moradores da capital italiana e em organizações judaicas, que temem que o evento possa se tornar uma apologia ao nazismo ou que a tumba de Priebke vire um local de peregrinação.

O prefeito de Roma, Ignazio Marino, afirmou que "seria uma ofensa para Roma, cidade antifascista e antinazista, sediar o túmulo de Priebke ".

"Farei o que for preciso para impedir o enterro de Erich Priebke em Roma. Estou em constante contato com as autoridades locais para verificar se, com todos os instrumentos à nossa disposição, é possível negar o enterro em território municipal, por razões de segurança e de ordem pública", disse Marino.

Segundo o prefeito, "não se pode apagar a história e as feridas profundas da cidade de Roma".

Caso o funeral ocorra em Roma, coincidirá com a véspera do aniversário de 70 anos da deportação dos judeus romanos para os campos de concentração nazistas, em 16 de outubro de 1943.

Erich Priebke foi um Hauptsturmführer (capitão) da SS — organização militar ligada ao partido nazista de e a Adolf Hitler — durante a Segunda Guerra Mundial. Ele viveu cerca de 20 meses como prisioneiro de guerra, mas conseguiu fugir para a Argentina.  Após ser identificado por uma emissora de televisão, foi extraditado em 1995 à Itália para responder por crimes de guerra.  Em 1998, ele foi condenado à prisão perpétua por participação no Massacre das Fossas Ardeatinas, em Roma, em março de 1944, no qual 335 civis italianos perderam a vida pelas mãos das forças nazistas.

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