A polícia italiana prendeu 11 pessoas suspeitas de crimes tributários, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha com finalidade mafiosa em contratos envolvendo a Expo Milão 2015, megaevento realizado entre 1º de maio e 31 de outubro do ano passado.
Conduzido pela Direção Distrital Antimáfia (DDA) da capital da Lombardia, o inquérito tem como centro o consórcio de cooperativas Dominus Scarl, contratado pela Fiera Milano para levantar alguns dos pavilhões da exposição universal, incluindo os da França e da Guiné Equatorial.
As sociedades envolvidas recorriam a um sistema de notas frias para desviar recursos. Em seguida, o dinheiro era lavado na Sicília, onde os investigados possuem ligações com a família Pietraperzia, um dos clãs da máfia Cosa Nostra.
O consórcio Dominus Scarl está em nome de Giuseppe Nastasi, que é o principal suspeito e está entre os detidos pela polícia nesta quarta. Também foram presos seu colaborador Liborio Pace e o advogado do fórum da cidade siciliana de Caltanissetta Danilo Tipo.
"Está claro que o mecanismo se tornou possível porque administradores de empresas não de pequenas dimensões não quiseram enxergar o que acontecia ao seu lado", disse a juíza de inquérito preliminar de Milão, Maria Cristina Mannocci. As investigações não dizem respeito apenas à Expo e envolvem também outros contratos com empresas privadas obtidos pelo Dominus Scarl.
"Quero ouvir os líderes da Fiera [Milano] para entender se eles sabem alguma coisa sobre as investigações", declarou o governador da Lombardia, Roberto Maroni, que também é acionista da companhia que abriga o principal espaço de exposições da região. Por sua vez, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, que foi CEO da exposição universal, afirmou que a "batalha pela legalidade não deve parar nunca" e que apoia "todas as ações dos órgãos do Estado".
De acordo com a Procuradoria de Milão, não foi identificada nenhuma participação dos principais dirigentes da Fiera e da Expo no esquema. (Ansa)
