A primeira obra-prima de Tiziano, a tela monumental de "Fuga para o Egito" guardada no Museu Hermitage de São Petersburgo, volta para Veneza depois de 250 anos para uma grande exposição que ficará em cartaz até 2 de dezembro nasGallerie dell'Accademia.
Após uma restauração de 12 anos que recuperou suas cores e luminosidade originais, a obra se somará a cerca de 20 pinturas realizadas por grandes mestres do século XVI, incluindo Giorgione,Bellini, Lotto e Sebastiano del Piombo.
"O Tiziano nunca visto. A Fuga para o Egito e a grande pintura veneta" é o título da exposição, que só foi possível graças a um acordo com o Museu estatal do Hermitage, o Polo dos Museus de Veneza e a National Gallery de Londres, onde a pintura já foi exibida.
É a primeira vez desde 1768 que esta frágil, porém imponente obra-prima deixa a Rússia. De grandes proporções (204 por 324 centímetros), o jovem Tiziano criou esta paisagem vibrante em 1507 provavelmente para Andrea Loredan, um primo distante do doge Leonardo Loredan, no formado tradicional do retábulo.
Uma das mais documentadas do Renascimento, foi descrita porGiorgio Vasari, que admirava a vitalidade de sua natureza, suas figuras e animais, que "retratou da vida real. E elas são efetivamente naturais e quase vivas".
Uma vivacidade desconcertante que expressa a influência de Giorgione, em cujo ateliê Tiziano se inscreveu depois de deixar o de Giovanni Bellini.
Na mostra, obras-primas como a "Alegoria Sacra" de Bellini ou "Tempestade e ocaso" de Giorgione, irão exacerbar ainda mais esta tensão – comum a uma geração de artistas – na representação da paisagem e a relação entre homem e natureza.
