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Irã rebate União Europeia e diz que EUA e Israel destruíram diplomacia

Após o bombardeio dos Estados Unidos, o governo iraniano rebateu as afirmações de líderes europeus que acusam o país persa de ter abandonado a mesa de negociações por um acordo sobre o uso de energia nuclear.

Em uma publicação nas redes sociais, o ministro das Relações Exteriores de Teerã, Abbas Araghchi, disse que os ataques, primeiro de Israel e agora dos EUA, destruíram a diplomacia e as negociações.

“Na semana passada, estávamos negociando com os EUA quando Israel decidiu sabotar a diplomacia”, escreveu ele em sua conta no X.

“Agora os Estados Unidos decidiram sabotar a diplomacia e os britânicos e a alta representante da UE estão pedindo ao Irã que retorne à mesa de negociações: mas como o Irã pode retornar a uma mesa que nunca abandonou, além do fato de que outros a destruíram?”, questionou.

Mais cedo, a alta representante da UE para Política Externa, Kaja Kallas, afirmou que “não se deve permitir que o Irã desenvolva uma arma nuclear, pois isso constituiria uma ameaça à segurança internacional” e pediu “a todas as partes que recuem, retornem à mesa de negociações e evitem uma nova escalada”.

Já o premiê britânico, Keir Starmer, defendeu a ofensiva anunciada por Donald Trump e acusou o Irã de abandonar às negociações. “O Irã jamais poderá desenvolver uma arma nuclear, e os EUA tomaram medidas para mitigar essa ameaça. A situação no Oriente Médio permanece volátil e a estabilidade na região é uma prioridade. Apelamos ao Irã para que retorne à mesa de negociações”, afirmou.

Em coletiva de imprensa, Araqchi enfatizou que os Estados Unidos “cruzaram uma linha vermelha muito grande” ao atacar as três principais usinas do programa nuclear do país persa: Natanz, Fordow, que fica dentro de uma montanha, e Isfahan.

Além disso, disse que a ofensiva deflagrada pelo presidente dos EUA representa uma “grave violação da Carta da ONU e do direito internacional” e revelou que se encontrará com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou amanhã (23).

Segundo o chanceler iraniano, Trump “foi eleito com uma plataforma que prometia acabar com o custoso envolvimento dos EUA em guerras intermináveis ao redor do mundo”. No entanto, ele “não apenas traiu o Irã, abusando de má-fé de nosso compromisso diplomático, mas também enganou seus próprios eleitores, associando-se à missão de um criminoso de guerra procurado – Benjamin Netanyahu – que agora sabe que pode explorar as vidas e os recursos de cidadãos americanos a serviço dos objetivos do regime israelense”.

Araghchi ainda apelou ao Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para que condene formalmente os bombardeios. “Eles traíram a diplomacia, traíram as negociações. É irrelevante pedir ao Irã que retorne à diplomacia”, acrescentou o chanceler, reforçando que Teerã “reserva todas as opções” para proteger sua soberania e segurança nacional.

Questionado sobre um possível fechamento do estratégico Estreito de Ormuz, um centro estratégico entre o Golfo Pérsico e o de Omã para a passagem de quase um terço do petróleo mundial, Araghchi destacou que “uma variedade de opções está disponível para o Irã”.

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