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Itália dará ajuda financeira e humanitária a rebeldes líbios

A Itália fornecerá a primeira ajuda financeira de € 100 milhões (equivalentes a cerca de R$ 220 milhões) ao grupo de rebeldes da Líbia – o Conselho Nacional de Transição (CNT) e enviará um avião militar para levar os feridos a hospitais italianos nos próximos dias. 

O anúncio foi feito pelo chanceler italiano Franco Frattini, à margem da reunião do Grupo de Contato internacional para a Líbia, formado pelas principais potências econômicas e militares do mundo para debater a situação política do país africano, que ocorre em Istambul. 

Segundo Frattini, serão utilizadas as verbas congeladas do ditador líbio Muammar Kadafi como garantia para a concessão de crédito ao CNT pelos bancos e instituições financeiras da Itália, entre os quais está o Unicredit. O acerto, disse, ocorrerá com a assinatura de um acordo com os rebeldes em dois ou três dias. 

A segunda parcela de crédito deverá ser de € 300 milhões (aproximadamente R$ 668 milhões) e será concedida "nas próximas semanas". 

Os empréstimos foram prometidos pelas autoridades italianas em maio, quando Frattini assinou um memorando com o presidente do CNT, Mustafá Abdel Jalil, garantindo que seu governo também enviaria combustível para ajudar os insurgentes. 

O chefe da diplomacia italiana ainda informou que seu país enviará um avião militar para recolher os feridos vitimados nos confrontos com as forças armadas de Kadafi e que estão em hospitais líbios, para tratá-los em hospitais italianos.

O chanceler agradeceu a contribuição "generosa" de "centenas de milhares de euros" da Vodafone Foundation, a fundação assistencialista da operadora móvel Vodafone. A verba doada irá financiar a intervenção humanitária da Itália e a cura de doenças na Líbia, afirmou Frattini. 

O ministro italiano também anunciou hoje (15) que o Grupo de Contato passou a reconhecer oficialmente o CNT como a "autoridade nacional legítima" da Líbia, designando um negociador oficial das Nações Unidas para intermediar o processo de saída do ditador Kadafi do governo com os rebeldes. 

O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Líbia, Abdul Elah Al Khatib, será o negociador "exclusivo" entre Trípoli – onde Kadafi se mantém no poder, e Benghazi, onde se estabeleceram os rebeldes. Frattini destacou que nenhum país deverá "manter intermediações secretas" porque, segundo ele, isso poderia ser "contraproducente".

A Al Khatib "será deixada a definição dos pontos para começar o cessar-fogo e prosseguir com um governo provisório que seja representado por expoentes aceitados reciprocamente", explicou o ministro italiano. 

Ele também observou que, agora, não se trata de dialogar sobre a eventual saída ou não de Kadafi do governo, mas só "como e quando" ele deixará a presidência. "A questão aberta é aceitar ao menos se, depois de deixar o poder, Kadafi ficará ou não na Líbia", acrescentou. Essas decisões, segundo ele, ficarão a cargo de Al Khatib e de sua equipe de negociadores.

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