O jornal vaticano L'Osservatore Romano destacou a importância da ética no jornalismo, ao comentar o caso das escutas ilegais realizadas pelo semanário britânico News of the World.
"Este episódio confirma a necessidade e a urgência de exigir uma maior consideração ética dos meios de comunicação, que não podem se submeter somente aos ditames das estratégias econômicas e políticas", diz o editorial.
O texto, assinado pelo diretor da Comissão de Meios de Comunicação Social da Conferência Episcopal Espanhola, José Maria Gil Tamayo, fala de uma "infoética", que visa respeitar os direitos individuais e coletivos.
Para o L'Osservatore Romano, "o direito à informação deve se harmonizar com os outros direitos humanos, de modo que um não anule os outros".
"O mais elementar senso moral indica que o fim jamais justifica os meios e que não há áreas isentas ou dispensadas da ética", defende o editorial.
A publicação destaca também que "as vítimas deste jornalismo sem escrúpulos não são apenas os envolvidos nas interceptações, mas também a opinião pública como um todo e a própria indústria da comunicação".
Segundo Tamayo, a indústria da comunicação "tira prestígio e credibilidade do jornalismo, que é imprescindível nas sociedades livres e democráticas".
Denúncias apontam que o News of the World teria realizado escutas ilegais contra parentes de militares mortos no Afeganistão, membros da realeza britânica e personalidades, entre outros.
Diante disso, o magnata Rupert Murdoch, dono do conglomerado News Corporation (ao qual pertence o jornal), anunciou o fechamento da publicação. Ontem (10), o dominical foi às bancas pela última vez. (ANSA)