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Ministro Franco Frattini diz que Itália não pressionará Lula pela extradição de Cesare Battisti

O ministro de Assuntos Exteriores italiano, Franco Frattini, afirmou que a Itália não pressionará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela extradição a partir do Brasil do ex-ativista de esquerda radical italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua naquele país.

 

Durante a entrevista coletiva de apresentação da 4ª Conferência Itália-América Latina, que será realizada entre os dias 2 e 3 de dezembro em Milão, Frattini considerou que seria "errado" pressionar Lula para que ratifique a decisão de extradição do Supremo Tribunal Federal.

 

"Toda Itália pede que Battisti retorne. Lula sabe disso, não existe necessidade de dizer nenhuma palavra a mais", disse o ministro.

Battisti foi condenado em 1993 na Itália por quatro assassinatos cometidos na década 70, mas fugiu antes de ser preso e refugiou-se na França e, posteriormente, no Brasil.

 

Na apresentação da cúpula ítalo-latino-americana, que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, deve presidir, são esperadas as participações de todos os ministros de Exteriores da América Latina, além de representantes da Espanha e de Honduras.

 

Com relação a este último país, a Itália espera que o pleito presidencial do próximo domingo coloque um fim na crise institucional do país.

 

De acordo com Frattini, o Governo italiano quer saber o resultado das eleições hondurenhas do próximo domingo para decidir sobre o reconhecimento da mesma. Mas de antemão, acredita que a partir do pleito Honduras retomará a normalidade após a derrocada de Manuel Zelaya como presidente, em junho.

 

Na 4ª Conferência Itália-América Latina devem participar o secretário-geral Ibero-americano, o uruguaio Enrique Iglesias, assim como o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o chileno José Miguel Insulza.

 

A partir da cúpula, a Itália imagina que possa existir um compromisso firme de todos os participantes na luta contra o crime organizado, principalmente contra o narcotráfico.

 

Para Frattini, a América Latina é um interlocutor "essencial" à Itália, não só no plano econômico, mas em questões como à mudança climática e na luta contra a pobreza.

 

Sobre os temas mais recentes, o político ressaltou o papel que desempenham atualmente países emergentes de relevância internacional como Argentina, México e Brasil.

 

Pelos dados da Câmara de Comércio de Milão, a Itália é o segundo país por fluxo de bens exportados da América Latina e o terceiro em importações na região, e o número de empresas com participação italiana na região aumentou quase 13% de 2006 a 2008.

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